Postado em quarta-feira, 4 de outubro de 2023
às 21:49
Entenda os riscos do uso inadequado de medicamentos de alta performance
Rosângela Batista, neuropsicóloga e especialista em TDAH, comenta o tema.
Medicamentos a base de Metilfenidato, Lisdexanfetamina e outros correlatos (MFC) são drogas utilizadas para neuroaprimoramento e, por isso, são altamente empregados sob prescrição médica no tratamento de narcolepsia, compulsão alimentar e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Tais remédios contribuem para um melhor desenvolvimento em tarefas cotidianas, através de compostos que atuam na capacidade cognitiva de organização e proatividade.
Segundo Rosângela Batista, neuropsicóloga especialista em TDAH, “as fórmulas funcionam como estimulantes do sistema nervoso central através de um mecanismo de ação relacionado ao estímulo direto dos receptores alfa e beta adrenérgicos ou, indiretamente, à liberação de dopamina e noradrenalina nos terminais sinápticos, e dessa forma, apresenta efeitos mais perceptíveis sobre a atividade mental em relação à motora.”.
Os benefícios também geram curiosidade em pessoas que desejam ter um melhor rendimento em festas noturnas, dietas, academias e vestibulares, e procuram o consumo ilícito do fármaco para não “ficar para trás” em comparação aos outros. A especialista revela que uso indevido pode ser prejudicial à saúde, causando vício e problemas de saúde como:
● Insônia
● Fadiga
● Abstinência
● Aumento da pressão arterial
● Apatia
O medicamento também tem sido usado para emagrecimento, pois causa uma diminuição do apetite, tornando-se alvo das pessoas que buscam uma perda de peso de forma rápida e “fácil”, além de aumentar o rendimento físico nas academias. “Ele não é um medicamento
de compulsão alimentar periódico (TCAP), com acompanhamento médico. Acontece que este não é o único efeito colateral, existem outros os quais trazem maior prejuízo. No emagrecimento existem outros cuidados importantes e outros medicamentos indicados, há de se individualizar as causas de ganho de peso, que são várias e o tratamento é muito variável, sempre considerando que precisa haver mudança de estilo de vida, atividade física regular e suporte profissional adequado.”, explica a doutora, que, do ponto de vista psicológico, entende que a busca ilegal parte de uma pressão para pertencer aos padrões sociais.
Além disso, o uso nas baladas preocupa os especialistas. Rosângela explica que o psicoestimulante faz com que a pessoa se sinta alegre, mais positiva e com mais iniciativa, fazendo com que a balada vire mais duradoura e emocionante e ressalta: “Ocorre interação entre o álcool e a medicação, com várias consequências perigosas. Como o álcool é um depressor do Sistema Nervoso e o Venvanse é um estimulante, a automedicação pode “mascarar” o efeito álcool e a pessoa pode aumentar o consumo do mesmo.”
Fonte: Mengucci Imprensa e Mídia
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