Postado em terça-feira, 27 de abril de 2021 às 14:02

Anvisa nega autorização para uso de vacina pretendida por consórcio de prefeituras

Alfenas é uma das cidades que integra o consórcio formado pela Frente Nacional dos Prefeitos.


Alessandro Emergente

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou o pedido de autorização excepcional para o uso da vacina Sputnik V, imunizante contra a covid-19. A decisão, tomada na segunda-feira, frustra o consórcio da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), integrado por Alfenas, que negocia a compra do imunizante de origem russa.

No início de março, a Câmara Municipal aprovou a autorização para que a Prefeitura de Alfenas integrasse o consórcio para aquisição das vacinas após o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizar prefeitos e governadores a comprarem os imunizantes caso houvesse falhas no plano nacional de imunização (PNI) do Ministério da Saúde – ou seja, caso o PNI não atenda a demanda populacional. No Sul de Minas, pelo menos 44 cidades haviam aderido ao consórcio.

A reportagem do Alfenas Hoje falou com o prefeito de Alfenas, Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT), na tarde de segunda-feira, pouco antes da decisão da Anvisa. O prefeito confirmou a expectativa dos prefeitos na aprovação pela Anvisa para que houvesse a viabilização da Sputnik e, com isso, uma aceleração na imunização.

De imediato, Frente de Governadores importariam doses da vacina russa (Foto: Reprodução/G1)


Há pouco mais de uma semana, o Conectar, consórcio formado pela FNP, informou a negociação para a compra 30 milhões de doses da Sputnik. Um consórcio de governadores do Nordeste também negocia a compra do imunizante e, em caso de aprovação, as doses seriam repassadas para o Ministério da Saúde, aumentando a oferta de vacinas no PNI.

União Química

No Brasil, a União Química será a empresa responsável pela produção do imunizante de origem russa caso haja aprovação pela Anvisa. No final do mês passado, o portal de notícias G1 informou que a União Química produziu o lote-piloto totalmente produzido no Brasil do insumo farmacêutico ativo (IFA) da Sputnik V. O lote foi integralmente enviado à Rússia para validação do imunizante. 

No Brasil, o laboratório responsável pela fabricação do imunizante é a União Química, que possui uma de suas unidades em Pouso Alegre, é firmou parceria com o Instituto Gamaleya, que desenvolveu a vacina (Foto: União Química/Divulgação) 


A União Química tem uma de suas fábricas localizada em Pouso Alegre, a 102 km de Alfenas. Porém, a produção da vacina russa, por intermédio de transferência de tecnologia, será realizada nas unidades da União Química de biotecnologia, fracionamento e envase, em Brasília (DF) e Guarulhos (SP).

Boletim vacinal

De acordo com o boletim vacinal, divulgado na última sexta-feira pela Secretaria de Saúde de Alfenas, 14.016 haviam sido aplicadas no município. O informativo aponta a imunização finalizada em idosos com mais de 70 anos. Na segunda-feira, uma nova remessa de vacinas foi recebida pela Superintendência Regional de Saúde, de Alfenas.



Ao rejeitar o uso emergencial, a Anvisa apontou que não recebeu o relatório técnico capaz de comprovar que a vacina atende a padrões de qualidade e apontou falhas de segurança associadas ao desenvolvimento do imunizante. A que mais chama a atenção é em relação ao adenovírus (usado para carregar o material genético do coronavírus) que não deveria se replicar, mas é capaz de se reproduzir e pode causar doenças.

Até o momento, 62 países já aprovaram uso da vacina Sputnik V, entre eles Argentina, Paraguai e México. Anvisa diz que a maioria dos países que autorizaram a aplicação da vacina não têm tradição na análise de medicamentos.



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