Postado em quarta-feira, 21 de abril de 2021 às 14:02

Filme retrata acessos de raiva e falsas acusações relacionados ao Alzheimer

Há estratégias para lidar com o tipo de comportamento representado em “Meu pai”, candidato a seis Oscars


 Forte concorrente a uma estatueta, “Meu pai” disputa seis Oscars (a cerimônia será no fim do mês) e está disponível nas plataformas digitais desde a semana passada. Na trama, Anthony Hopkins vive um personagem que tem seu nome e sua idade – o ator completará 84 anos – em sua jornada sem volta na trilha da demência. O diretor Florian Zeller conduz a narrativa sob o ponto de vista do idoso, o que torna o filme ainda mais perturbador: com sintomas da Doença de Alzheimer, ele imagina pessoas que querem tomar seu apartamento, faz acusações sobre o sumiço do relógio e do quadro que emoldurava a lareira, e se envolve em embates sucessivos com a filha, interpretada por Olivia Colman.

Acessos de raiva e falsas acusações são comportamentos relacionados às demências que chocam quem é próximo do paciente. Para quem sofre com a doença, atividades corriqueiras podem se tornar complexas e levar a um estado de frustração e estresse, provocando rompantes de cólera. No entanto, há estratégias para lidar com a situação. Em primeiro lugar, é importante aceitar as limitações da pessoa, que tendem a se ampliar, e deixá-la fazer as coisas no seu ritmo. Às vezes, o simples estímulo para realizar uma tarefa se transforma no gatilho da crise, por isso uma outra precaução é reduzir o leque de decisões – do que haverá para comer à roupa que será usada. Um ambiente calmo e uma rotina sólida são aliados contra a agitação, o que inclui uma comunicação clara e direta, com frases curtas, mas sempre num tom positivo.


Acusações infundadas são difíceis de lidar, principalmente quando se é o alvo delas, mas não tome como algo pessoal, nem se valha de argumentos racionais. Ponha-se no lugar de quem procura um objeto e se aflige porque não consegue encontrá-lo. Deixe que o idoso fale, expresse sua angústia, mantendo um tom acolhedor para distraí-lo. Quando esse é um comportamento recorrente, uma alternativa prática é ter itens em duplicata. Se a carteira é o objeto que mais “desaparece”, compre outra igual e ajude na caça ao tesouro. Em vez de tentar trazer o paciente de volta ao mundo real, entre na realidade dele.

 

 


FONTE: G1



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