Postado em domingo, 28 de março de 2021 às 12:12

Estudo aponta 32% de isolamento social na região

Para maior efetividade no controle da pandemia os índices deveriam estar acima de 60%, segundo boletim epidemiológico da Unifal.


Da Redação

O índice de isolamento social no Sul de Minas, na primeira semana da Onda Roxa, foi de 32%, próximo da média estadual de 33%. As medidas restritivas, decretadas pelo governo mineiro ao estabelecer Onda Roxa em todo o território mineiro, não foram suficientes ainda para iniciar uma trajetória de queda nos casos de covid-19. Os dados são de um grupo de pesquisa da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) que monitora os índices relacionados a covid-19 na região.

“Após uma semana de Onda Roxa, há tendência de crescimento de casos, internações e óbitos na região sul do estado. Na regional de Alfenas, houve crescimento na média semanal de casos e internações em relação à situação de estabilidade verificada no primeiro dia de onda roxa (17/03/2021) e o crescimento de mortes foi o maior entre as regionais”, alerta a equipe responsável pela pesquisa.

Os dados aparecem em um suplemento ao boletim de indicadores de covid-19 divulgado na quinta-feira (25), após uma semana de Onda Roxa. Os pesquisadores da Unifal apontam que a situação epidêmica da covid-19 em Minas Gerais não foi revertida, assim como o cenário da região sul de Minas.

Fonte: Unifal



De acordo com o estudo, liderado pelo epidemiologista e professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Sinézio Inácio da Silva Júnior, já era esperado que apenas uma semana não fosse suficiente para mudar o quadro epidemiológico. “Coerente com o pouco tempo decorrido de vigência da Onda Roxa em Minas Gerais, uma semana após a implantação da medida, o quadro epidemiológico geral não apenas não melhorou, como teve piora”, avaliam no estudo.

O boletim destaca que são necessários índices acima de 60% para que seja constatada maior efetividade no controle e diminuição dos casos. Na primeira semana o índice no Sul de Minas foi de 32% e no Estado, 33%.

O estudo apresenta como aspecto positivo, somente a tendência de internações para o estado, que manteve em estabilidade. No entanto, os pesquisadores observam que essa estabilidade no quadro é de superlotação, o que ainda é considerado extremamente grave.

“Leve piora”

Nenhuma das 14 regiões mineiras apresentou tendência de diminuição de casos, após a primeira semana de Onda Roxa, o que na avaliação dos pesquisadores pode ser interpretado como uma “leve piora”. “A região Triângulo Norte no primeiro dia da Onda Roxa apresentava tendência de diminuição da curva de casos, mas uma semana depois essa tendência se reverteu para estabilidade. Exatamente as únicas três regiões do território mineiro que se apresentam em estabilidade e não crescimento (Noroeste, Triângulo Norte e Sul), são justamente aquelas que recentemente vivenciaram as situações mais dramáticas antes da Onda Roxa”, ressaltam os pesquisadores.

Fonte: Unifal



Conforme análise, nessas regiões, já tinham sido adotadas as medidas de prevenção mais rígidas antes da onda roxa, dessa forma, elas vivenciam agora uma melhora no ritmo do contágio. “Nas outras 12 regiões de Minas Gerais e no estado como um todo, o ritmo do contágio segue crescendo. Desde o início da Onda Roxa até uma semana depois, entre os dez municípios com as maiores populações sul-mineiras, observamos que apenas Varginha não piorou em aumento de casos novos, mantendo-se na situação de uma semana atrás.”

Só 30% melhoraram

O balanço da primeira semana da Onda Roxa mostra ainda que considerando toda a região sul-mineira, é possível observar que dos seus 154 municípios (100%), 100 (65%) municípios pioraram a situação em número de novos casos, 7 (5%) ficaram na mesma situação e 47 (30%) melhoraram.

Aumento de 39% de casos

Na região sul de Minas, registrou-se o aumento de 39% na média semanal de casos nesse período entre o início da Onda Roxa e uma semana depois. “Desde o último dia 21 de março, o sul-mineiro vem quebrando sucessivos recordes de média semanal de novos casos, marcando uma semana depois de iniciada a Onda Roxa o valor do recorde atual de 1.301”, enfatizam os pesquisadores.

Os boletins semanais integram o projeto de Iniciação Científica “Indicadores Covid-19”, cujo objetivo é verificar o perfil epidemiológico e possíveis correlações entre parâmetros de saúde e a evolução da doença nacional e regionalmente, bem como monitorar o número de casos confirmados, recuperados, internados e óbitos.

Coordenado pelo pelo epidemiologista Sinézio Inácio da Silva Júnior, o projeto conta com a participação das pesquisadoras Ana Carolina Carvalho da Silva, acadêmica do curso de Farmácia, e Ana Clara Figueredo Dias, do curso de Biomedicina.
As edições do boletim são divulgadas semanalmente e podem ser acessadas em uma página da Unifal dedicada a divulgação do estudo. Clique aqui



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