Postado em sexta-feira, 6 de abril de 2018
às 16:26
Tarifas a produtos chineses não são ´carta de negociação´, diz assessor de Trump
Na véspera, presidente dos EUA propôs cobrar novas tarifas sobre mais US$ 100 bilhões em mercadorias exportadas pela China.
A ameaça norte-americana de adotar tarifas sobre a importação de produtos chineses em até US$ 150 bilhões não constitui apenas uma "carta de negociação", garantiu nesta sexta-feira (6) o assessor econômico do presidente Donald Trump, Larry Kudlow.
"Trump não está usando tarifas como uma carta de negociação, ele mesmo me disse. Algo tem que mudar", afirmou Kudlow à imprensa na Casa Branca.
Mais cedo, Trump criticou o funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC), a quem acusou de ser injusta em relação a seu país. "A China, que é uma grande potência econômica, é considerada um país em desenvolvimento dentro da Organização Mundial do Comércio", afirmou em seu Twitter.
"Por isso recebe enormes benefícios e vantagens, especialmente em relação aos Estados Unidos. Alguém por acaso acha que isso é justo? Estamos mal representados. A OMC é injusta conosco", acrescentou.As ameaças recíprocas entre Pequim e Washington foram quase diárias nesta semana.
Tensão entre EUA e China
As ameaças recíprocas entre Pequim e Washington foram quase diárias nesta semana.
Nesta sexta, o Ministério do Comércio chinê disse que vai "contra-atacar" contundentemente as medidas tarifárias dos Estados Unidos e afirmou estar preparada para pagar o preço de uma guerra comercial que, embora não deseja, não tem medo a ela.
Na véspera, Trump ameaçou impor tarifas aduaneiras adicionais às importações chinesas de até US$ 100 bilhões. Washington já tinha dado, na terça-feira, um passo à frente para o confronto comercial, ao anunciar uma lista de produtos chineses cuja importação seria tarifada em cerca de 50 bilhões de dólares.Na quarta-feira (4), a China anunciou que vai taxar em 25% as importações dos EUA sobre produtos como soja, aviões, carros, carne, uísque e produtos químicos. A medida foi uma retaliação aos planos do governo Trump de sobretaxar cerca de 1.300 produtos chineses.
Em seguida, a China protestou formalmente contra os Estados Unidos, na quinta-feira, ante a Organização Mundial de Comércio (OMC) pelas "medidas tarifárias sobre produtos chineses" que Washington considera aplicar.
O gigante asiático, que é o segundo maior parceiro comercial dos EUA, já tinha anunciado a imposição de taxas para um conjunto de 128 produtos americanos, em resposta às tarifas que Washington anunciou no mês passado sobre as importações de aço e alumínios chineses.
Trump quer combater o déficit comercial dos Estados Unidos, considerado um resultado da fraqueza de seus antecessores.
A China é um dos principais alvos neste assunto. O déficit comercial americano ante Pequim (US$ 375,2 bilhões de dólares) levou Trump a pedir para autoridades chinesas "reduzirem imediatamente" este déficit em US$ 100 bilhões.
Washington critica em particular o sistema de coempresa imposto por Pequim às companhias americanas. Com o sistema, as empresas que desejam ter acesso ao mercado chinês precisam, obrigatoriamente, associar-se a um grupo local e compartilhar com este sua tecnologia.
Fonte:G1