Postado em segunda-feira, 29 de janeiro de 2018 às 10:16

Inteligência artificial entra na mira dos empresários no Fórum Econômico Mundial

Tarefas repetitivas, manuais ou administrativas, irão desaparecer, afirmam empresários...


 Será que em breve as entrevistas de trabalho serão feitas em frente a um computador capaz de analisar até expressões faciais? A inteligência artificial agita o mundo do trabalho e apenas com formação será possível evitar a destruição maciça de empregos, alertam empresários reunidos em Davos.

Tecnologias que até pouco tempo atrás pertenciam ao campo da ficção científica, como os algoritmos para o diagnóstico médico, os robôs inteligentes ou os veículos sem motorista, estão se tornando realidade.

Por exemplo, agora "o trabalho de marketing é muito diferente do que era há cinco anos", diz Alain Dehaze, diretor do grupo suíço Adecco, número um do trabalho temporário.

Os empregados perdem atualmente um média de 30% de seus conhecimentos a cada quatro anos aproximadamente, estima, o que implica "se reformar regularmente para cuidar de sua empregabilidade".

No entanto, Dehaze se mostra "otimista" sobre as possibilidades que a inteligência artificial abre, porque esta criará novos ofícios.

O principal desafio é sincronizar a chegada de novas tecnologias com as competências que as empresas precisarão ter, insiste.

1,4 milhão de empregos

Segundo um estudo publicado pelos organizadores do Fórum Econômico Mundial de Davos, só nos Estados Unidos cerca de 1,4 milhão de empregos serão afetados pelas novas tecnologias em 2026.

O mesmo estudo assegura que 95% dos trabalhadores mais diretamente afetados poderão encontrar outro emprego com uma formação adequada.

Mas sem ela, 16% da população ativa poderia ter suas chances de encontrar trabalho muito reduzidas.

"Desta vez não se trata só de colarinhos azuis ou colarinhos brancos", diz Alain Roumilhac, diretivo da Manpower França, indicando que os ofícios manuais não são necessariamente os mais ameaçados.

"São as tarefas repetitivas", sejam manuais ou administrativas,
"que irão desaparecer", acrescenta.


Este salto tecnológico supõe realizar vastos programas de formação, ao mesmo tempo em que se gestiona a angústia que muitos empregados podem sentir. "É preciso explicar que o digital não é uma ameaça", afirma.

Avatar

Instalado nos salões de um hotel desta luxuosa estação de esqui nos Alpes suíços, o grupo americano Manpower já propõe aos participantes do fórum fazer um balanço de competências virtuais.

Os candidatos se sentam diante de um computador em que aparece Zara, um avatar com traços de mulher que faz perguntas e observa as reações através de um sistema de reconhecimento facial.

Isto permite avaliar em tempo recorde o nível de competências digitais dos candidatos, enquanto seria necessário uma legião de entrevistadores de carne e osso para obter o mesmo resultado.

Entre as iniciativas apresentadas no fórum de Davos, onde esta semana se reúnem os grandes líderes econômicos e políticos, os diretivos da Cisco, SAP e CA Technologies anunciaram na terça-feira o lançamento de uma plataforma comum, batizada Skillset, onde todo mundo pode avaliar livremente suas competências e adquirir outras novas.

"Todos sabemos que a tecnologia criará e destruirá empregos", 
declarou Chuck Robbins, diretor da Cisco.

Para Sharan Burrow, secretária-geral da Confederação Sindical Internacional, este grande salto tecnológico deve ser negociado, no entanto, aplicando uma regulamentação "muito clara" para assegurar que haja "sempre um controle humano" na implementação dessas tecnologias.

"Queremos que os direitos humanos e os direitos dos
trabalhadores centrem o modo em que se decide no trabalho", afirma.






Fonte: G1 TECNOLOGIA



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