Postado em quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
às 10:10
Extraordinário
Filme mostra garotinho com malformação na face. História discute bullying sem piedade...
Na dúvida, leve um lencinho ao cinema. "Extraordinário", baseado no best-seller de R. J. Palacio, tem todos os elementos estrategicamente combinados para te fazer chorar. E quando você pensar que está tudo bem, vai chorar de novo.
Mas seria injusto definir o filme, dirigido por Stephen Chbosky ("As vantagens de ser invisível") e com participação da brasileira Sonia Braga, só como um drama sentimentalóide.
Entre uma lágrima e outra, há uma narrativa sensível sobre a doçura e a melancolia da infância. Por outro lado, um lugar-comum de histórias com protagonistas com algum tipo de deficiência. "Extraordinário" estreia nesta quinta (7) no Brasil.
Jacob Tremblay, que conquistou o mundo como protagonista de "O quarto de Jack" (2015), volta como o igualmente adorável Auggie, um garotinho fã de "Star Wars" e com uma malformação congênita na face.
Mas o longa recebeu críticas legítimas por retratar o personagem como alguém "inspirador" apenas por ser diferente da maioria, além de escolher um ator sem qualquer deformidade para o papel. A insistência do roteiro em emocionar também incomoda.
Todo mundo tem problemas
A trajetória de Auggie é o eixo central da história. Mas um dos trunfos do filme - ainda mais explorado no livro - é dar atenção às pessoas ao seu redor, para mostrar que todo mundo tem problemas, grandes ou pequenos. E que esses problemas causam ainda mais sofrimento na infância e adolescência.
Há, por exemplo, o drama de Olivia (Izabela Vidovic, muito bem no papel), irmã solitária do protagonista, que sempre perdeu para ele a atenção dos pais.
Jack Will (Noah Jupe), primeiro amigo que Auggie faz na escola, rende algumas das cenas mais divertidas - e não se engane, você também vai chorar nos momentos engraçados.
Não é para menos: é quase impossível passar ileso pela história. Há problemas, mas o filme transmite uma poderosa (e necessária) mensagem de otimismo e gentileza. E também aquela lição de moral perfeita para terminar 2017 de coração tranquilo.
Fonte: G1 CINEMA