Postado em quarta-feira, 18 de outubro de 2017 às 11:10

Envelhecimento e tecnologia são os maiores pesos nos custos do setor de saúde.

Coparticipação e capitalização podem ser opções para viabilizar planos...


  O envelhecimento da população e a incorporação de novas tecnologias pelos planos de saúde são apontados como os principais vetores de aumentos de custos do setor.

O alto custo da medicina tem de estar no centro da discussão sobre como melhorar a qualidade do serviço prestado pela iniciativa privada. Temos de encontrar respostas rápidas aos desafios trazidos pelo envelhecimento da população. Não aproveitamos o bônus etário para ajustar o modelo. É bom viver, mas custa caro — admite Maria Inês Dolci, da Proteste.

O custo das despesas per capita das operadoras de saúde vai subir 14,2% nos próximos dez anos em consequência do envelhecimento da população, segundo dados da FenaSaúde.

Quanto mais idosa a população, maiores os cuidados com doenças crônicas — explica José Cechin, da entidade.
Em 2013, o custo médio de assistência à saúde para uma pessoa com 59 a 64 anos — na última faixa de reajuste previsto pela ANS — foi de R$ 4.217. Já para os idosos com 80 anos ou mais, o valor saltava para R$ 13.291.

A cada dois anos, a ANS atualiza o rol de cobertura conforme novas tecnologias se tornam disponíveis para diagnóstico e tratamento. Na última atualização, com a inclusão de 16 itens, num valor equivalente a R$ 5,4 bilhões, de acordo com a FenaSaúde, a alta em despesas para as operadoras foi de 4%.

Leandro Fonseca, à frente da ANS, diz que os critérios para a incorporação de novas tecnologias no rol estão sendo revistos, mas acrescenta que há também uma questão de escala:
Temos 780 operadoras no mercado, sendo que 125 delas respondem por 80% dos usuários. Para lidar com os riscos, é preciso ter capital ou escala.

Paulo Jorge Rascão, diretor de Produto da Amil, frisa que é preciso atrair mais usuários:
Se pusermos mais gente nos planos, reduziremos custos. Não é trazer de volta quem saiu, mas atrair 70 milhões a mais.
Outra via, diz Rascão, seria a ênfase na venda de planos com pagamento de coparticipação ou franquia pelo beneficiário:
O copagamento reduz em 20% o preço da mensalidade. Mas, no Rio, só 18% das pessoas optam por esse modelo de plano. Se agarram à sensação de que, pelo modelo tradicional, terão tudo de “graça”.

Para os idosos, uma opção é a criação de planos de previdência ou capitalização direcionadas a cuidados com a saúde.

Durante a vida ativa, quando se tem menos problemas de saúde e a empresa arca com plano, se faria a poupança para a velhice — explica Cechin.


Fonte: O Globo



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