Postado em segunda-feira, 10 de julho de 2017
Por que as baterias de celulares deixaram de durar uma semana inteira?
Se você chegou ao mundo mobile nos últimos anos, há chances de que você só tenha utilizado celulares tops e já prontos para uma...
Se você chegou ao mundo mobile nos últimos anos, há chances de que você só tenha utilizado celulares tops e já prontos para uma web totalmente imersiva. No entanto, também é quase certo que você tenha tido experiências frustrantes, ainda mais quanto à duração da bateria.
Pois é, mesmo com a chegada de novas tecnologias de bateria e processadores mais eficientes do ponto de vista energético, são poucos os aparelhos que impressionam nesse quesito. No entanto, mesmo os celulares robustos dificilmente entregam energia para dois dias de uso.
Todo mundo reclama disso e, nessas horas, sempre tem um saudosista com um comentário do tipo “bom era nos tempos do Nokia 1100, que a bateria durava uma semana”. É inegável que os celulares antigos tinham baterias de boa autonomia, mas será que era bem assim?
Hoje, vamos falar um pouco dos antigos aparelhos e colocá-los “lado a lado” num comparativo com os atuais dispositivos para entender melhor essa história de bateria. Já adianto que há chances de você se surpreender com alguns pontos que serão abordados aqui, pois atualmente temos alguns equipamentos bem robustos.
Os tempos mudaram, as tecnologias também
Para falarmos um pouco dessa questão de autonomia de bateria, é interessante entrarmos de cabeça na história dos celulares. Dessa forma, podemos entender — e debater alguns pontos importantes — sobre a lenda de que as baterias usadas lá em 2003 “duravam mais” do que as que foram lançadas uma década depois.
Logo após a virada do século, o mundo da tecnologia ainda estava dando seus primeiros passos rumo aos aparelhos com displays coloridos, tecnologias de internet e hardwares robustos capazes de executar programas avançados. Alguns modelos mais especiais, como o Nokia 6230, já tinham displays com milhares de cores e um hardware adequado para programas avançados.
Assim como acontece hoje, naquela época também havia segmentação entre os celulares. Os modelos mais simples, como era o caso do Nokia 1100, tinham inúmeras limitações e serviam apenas para o básico: ligações, mensagens e jogo da cobrinha. Este aparelho, especificamente, apresentava visor monocromático, processador simples e um sistema focado nas funções.
Ao longo dos anos, os celulares mudaram em forma e função. As telas ficaram maiores e coloridas, os teclados foram extintos, os processadores ganharam núcleos, a memória RAM foi aumentada, as tecnologias WiFi e Bluetooth foram popularizadas, as conexões móveis viraram uma realidade, surgiram sistemas para o mundo mobile e milhares de apps transformaram nossos dias.
Hoje, até os smartphones mais básicos já apresentam todas essas características e fornecem ao usuário uma experiência focada em multimídia, inclusive, muitos modelos até contam com receptor de rádio e televisão. Os aparelhos mais avançados da atualidade contam com uma quantidade impressionante de sensores e componentes mais poderosos.
As baterias de hoje são mais poderosas
É claro que para acompanhar tantas mudanças, as fabricantes tiveram de apostar em baterias maiores e de melhor capacidade, afinal, os novos hardwares consomem muito mais energia. Aparelhos lá de 2003 traziam componentes energéticos de boa capacidade para suas funções. O Nokia 1100 contava com uma bateria de 850 mAh, a qual era adequada também para o tamanho do celular.
Quase dez anos depois, a Nokia lançou o Lumia 930, que vinha equipado com uma bateria de 2.420 mAh, já dimensionada para as novidades do mercado. Assim, a julgar somente pelas capacidades, podemos perceber que as marcas investiram em modelos de maior capacidade, pensando justamente em entregar uma autonomia adequada para o dia a dia.
Em questão, de duração, as informações oficiais da Nokia revelam que a bateria do Nokia 1100 durava cerca de 400 horas em standby e garantia até 4 horas e meia de conversação. A bateria do Nokia Lumia 930 não avançou tanto em questão de standby, sendo capaz de aturar 430 horas em modo ocioso, porém o tempo para chamadas subiu para 15 horas e 30 minutos.
É claro que, na prática, as pessoas podem não perceber essa melhoria, aliás, muita gente realmente reclama da piora que houve nesse sentido, com as já mencionadas alegações dos incríveis tempos de bateria dos celulares antigos. Pois bem, acontece que a mudança de hábitos é o que faz o usuário pensar dessa forma.
Mudanças de hábito
Basicamente, as baterias de hoje são muito melhores, inclusive temos aparelhos que podem entregar até 30 horas de conversação, 60 horas de música, 500 horas em standby ou números até mais impressionantes para várias atividades. No entanto, é justamente essas “várias atividades” que acabam alterando nossas impressões sobre a autonomia de bateria.
É totalmente injusto comparar a duração de bateria de um celular que servia basicamente para ver as horas e rodar o jogo da cobrinha com um smartphone atual que usamos para navegar o dia todo no Facebook e rodar inúmeros apps em paralelo. O consumo de energia constante dos tantos programas e jogos infelizmente vai levar a essas noções enganosas.
Fonte: Tecmundo