Postado em domingo, 12 de junho de 2016 às 14:53

“Medicina deve ser exercida com a razão e o coração”, diz presidente da SBCM

A frase é de Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), durante evento na Unifenas.


 Da Redação

Com o foco na tecnologia em saúde, inovação e educação médica, a 1ª Semana Médica do curso de Medicina da Unifenas (Universidade José do Rosário Velano), trouxe a Alfenas influentes palestrantes do Brasil e do exterior. Profissionais e acadêmicos da área de saúde presenciaram exposições que mostram o quanto a tecnologia pode contribuir e, ao mesmo tempo, destacaram que a “Medicina é uma arte para ser exercida com a razão e o coração”, como destacou Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM).

Foram dois dias de palestras, e a abertura oficial, no dia 1º de junho, ocorreu com o tema “A relação Médico Paciente Frente à Tecnologia”. Lopes afirmou que a relação médico-paciente é a parte mais nobre da Medicina e, como tal, surge a partir da confiabilidade, do fato de o paciente não se sentir apenas como mais um.

O presidente da SBCM reconhece que, dentro da realidade do sistema brasileiro de saúde, não existe um atendimento humanizado. “Porque o médico tem que atender a um número grande de pacientes, em um curto espaço de tempo, sem infraestrutura e, da próxima vez que o paciente volta, já não é mais ele [quem o atenderá]”, disse. “Dentro do que a Medicina preconiza como humanismo, é o que a palavra diz: tem que ser humano. Tem que ver o seu semelhante como se você a si próprio, destituído de qualquer vaidade, de qualquer preconceito”, completou.

Ainda sobre a questão da carência na humanização, o médico alegou a falta de vocação para o exercício da profissão como um dos fatores. Segundo expôs, a Medicina tornou-se hoje um emprego bom para o recém-formado, que chega a ganhar de R$ 10 a R$ 12 mil por mês com plantões e não evoluem como profissionais.

“Para ser médico é preciso gostar de gente. Então, existe o fator econômico que interessa para os vestibulandos, existe a falta de vocação e existem também os mitos positivos, que não têm mais a memória cultivada. Temos vários mitos positivos que serviriam de exemplo para os mais jovens. O mito positivo aqui é o Edson Velano”, disse ao recordar Edson Antonio Velano, fundador da Unifenas e idealizador do Hospital Universitário Alzira Velano, referência regional.

Temas que contribuem para a formação médica

A Semana Médica contou com outras sete palestras. Segundo a professora Annie Beatriz de Carvalho, vice-coordenadora do curso de Medicina da Unifenas, câmpus de Alfenas, os temas abordados foram produtivos para a formação dos acadêmicos.

Ainda no primeiro dia, a “Cirurgia Urológica Robótica” foi abordada pelo professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), João Manzano. Ele falou dos avanços na área, sem esquecer-se da humanização. Enfatizou que, com a tecnologia, avançou-se nos diagnósticos e houve uma melhora no tratamento. “Mas não podemos nos esquecer de que o médico tem que ter esse relacionamento com o paciente, ter esse contato. O que a gente vê muitas vezes é que o médico usa a tecnologia para se livrar do paciente e esse é um grande erro”, declarou.

(Com informações: Everton Marques/Unifenas)


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