Postado em sábado, 23 de abril de 2016
às 15:13
Acervo da Coleção Herpetológica da Unifal é referência no Sul de Minas
O espaço preserva 2.800 indivíduos de anfíbios, 800 répteis e 2.300 amostras de tecido para estudos de DNA.
Da Redação
Os acervos - didático e científico – da Coleção Herpetológica da Unifal (Universidade Federal de Alfenas) se destacam como importantes fontes de informações para a área de Ciências Biológicas da Universidade e também da região Sul de Minas.
O espaço é uma referência regional, uma vez que preserva 2.800 indivíduos de anfíbios, 800 répteis, como cobras e lagartos, e 2.300 amostras de tecido de anfíbios e répteis para estudos de DNA. Além de espécies da região, há alguns representantes de outros lugares do Brasil, como Mato Grosso, São Paulo e Santa Catarina, por exemplo.
De acordo com o professor do Instituto de Ciências da Natureza, Vinícius Xavier da Silva, responsável pelo acervo, a coleção didática é usada como apoio para o curso de Ciências Biológicas, no treinamento dos alunos. “Essa coleção é importante porque permite que os estudantes manipulem os animais, aprendam a reconhecer as espécies e a diversidade”, frisa, completando que fazem parte da coleção, animais conservados em álcool, esqueletos, conchas, insetos, entre outros.
Taxidermizados
De acordo com Silva, os animais, hoje taxidermizados (termo grego que significa "dar forma à pele"), foram encontrados mortos e trazidos ao laboratório, muitas vezes pela Polícia do Meio Ambiente, pelo Corpo de Bombeiros e até mesmo pelos alunos. Ao chegar ao laboratório, o animal é avaliado pelos biólogos e dentro das possibilidades, são encaminhados para especialistas em taxidermia.
A Universidade dispõe de lobo-guará, capivara, sucuri, coruja e outros bichos, que são trabalhados pelo projeto de extensão EducAmbiental Animal e estão expostos, recentemente, no Museu de História Natural da Instituição. “É um fim mais nobre que podemos dar para uma carcaça que simplesmente apodreceria se fosse ignorada”, explica o professor.
O acervo científico compõe a chamada Coleção Herpetológica “Alfred Russel Wallace”, em homenagem ao naturalista, e se localiza embaixo do Biotério Central. “As coleções científicas existem para registrar as espécies que têm em determinada região, servindo como material testemunho da fauna de um local”, explica o professor.
Segundo Silva, além de muitos dos animais dessa coleção chegarem mortos ao laboratório, os pesquisadores também vão a campo, com autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), coletar animais para estudo. “Neste caso, precisamos sacrificar o animal para tombar em uma coleção. Nós não gostamos de sacrificar, mas é preciso para conhecer melhor e preservar os que permanecem na natureza. E quando coletamos um animal de determinada espécie, não vamos a campo coletar mais daquela espécie se já estiver bem representada em coleções”, observa.
O biólogo explica que nas coleções científicas há uma infinidade de informações dos animais e do local onde eles foram encontrados. A partir da coleta, é possível identificar no laboratório corretamente a espécie, e até se é uma espécie nova, descobrir o que um animal come, sua maturação sexual, se possui endo ou ectoparasitas, sua variação geográfica e outras informações difíceis de coletar no campo. “O que nós pretendemos é que as informações levantadas sirvam para preservar os animais que estão na natureza. Queremos diminuir a pressão sobre sacrificar ou matar”, conta.
Confira abaixo algumas fotos da da Coleção Herpetológica da Unifal (Fotos: Ascom/unifal)
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