Postado em segunda-feira, 26 de outubro de 2015
às 08:21
Pesquisadores da Unifal clona Jequitibás da região para preservar a espécie
O trabalho busca preservar a espécie, uma das mais altas do país, que está em risco de extinção.
Da Redação
Cinco jequitibás da região foram escolhidos e serão acompanhados por equipe da Unifal (Universidade Federal de Alfenas), que desenvolve uma pesquisa para clonar os maiores jequitibás do Sul de Minas. O trabalho busca preservar a espécie, uma das mais altas do país, que está em risco de extinção.
A expectativa é que em até seis meses a equipe consiga mudas, inclusive, clonadas e prontas para o plantio da espécie que ultrapassa 50 metros de altura no caso de algumas árvores centenárias. Com o risco de extinção, o pesquisador Pedro Miguel Santos e alguns estudantes vêm desenvolvendo o trabalho de preservação do "gigante da floresta", significado de "jequitibá", expressão que vem do tupi.
“Pela pesquisa em internet, jornais, pesquisa popular, foram os melhores que eu encontrei e os mais velhos. Alguns são patrimônios cultural e turístico também”, explicou o pesquisador, em entrevista à EPTV, sobre a escolha das árvores.
Coleta
A equipe coleta amostras de tecido vegetal e reúne sementes para a produção de mudas. A coleta dos frutos tem que ser feita no próprio Jequitibá – ou seja, os estudantes não podem simplesmente pegar os frutos que estão no chão, porque muitos já estão sem sementes ou podem ter sido contaminados.
Todo o material coletado é entregue para a equipe de solo, que prepara as amostras com álcool e depois com hipoclorito de sódio para evitar a contaminação. As sementes permanecem dentro do fruto para serem retiradas apenas no laboratório, aonde o professor que vem orientando o projeto ajuda na multiplicação in vitro.
“[No laboratório], vai ser feito um novo procedimento de assepsia e a introdução do material vegetal em novos em um meio de cultura. Após essa inoculação, esse material será germinado in vitro justamente para termos o germoplasma da árvore, que será utilizado para clonagem e produção de novas mudas”, explicou o orientador da pós-graduação, Breno Régis Santos à emissora afiliada da TV Globo.
Uma das árvores escolhidas está nas terras do produtor Carlos Henrique Martins Ribeiro, em Paraguaçu. O grande jequitibá rosa, também conhecido como jequitibá rei, tem 49 metros de altura e vem sendo preservado pela família do produtor.
“Ele é do tempo do meu bisavô, que preservou ele e depois passou para o meu avô. Meu avô repartiu as terras, [o jequitibá] saiu pro meu pai aqui, que preservou ele, e hoje ele está no que é meu. E nós vamos preservar ele também, com amor e carinho”, promete. As informações são do G1/Sul de Minas.

Algumas árvores ultrapassam 50 metros de altura (Foto: Reprodução/EPTV)

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