Postado em segunda-feira, 21 de setembro de 2015 às 22:31

Coca-Cola "investe" contra obesidade e professor da Unifenas é selecionado

A Coca-Cola está apoiando uma nova solução com base na ciência para a crise de obesidade.


 Da Redação

A Coca-Cola, a maior produtora de refrigerantes do mundo, tem apoiado as discussões e pesquisas para o combate a obesidade. Segundo reportagem do New York Times, reproduzida pela Uol, a multinacional está apoiando uma nova solução com base na ciência para a crise de obesidade: para manter um peso saudável, exercite-se mais e se preocupe menos em cortar calorias.

O docente Cassiano Merussi, do curso de Educação Física da Unifenas (Universidade José do Rosário Velano), e mais 29 pesquisadores especializados em obesidade no Brasil foram convidados a participar do Meeting "Workshop de Saúde e Bem-Estar Coca-Cola Brasil 2015", no Rio de Janeiro. O evento, realizado em agosto, é uma ação mundial que ocorre, por iniciativa da Coca-Cola, em todo o mundo, há alguns anos.

Segundo o New York Times, a gigante de bebidas tem buscado cientistas influentes. Para ajudar esses cientistas a disseminarem sua mensagem, a Coca-Cola fornece apoio financeiro e logístico a uma nova organização sem fins lucrativos chamada Global Energy Balance Network (Rede Global de Equilíbrio Energético), que promove a ideia de que os americanos conscientes do peso estão exageradamente focados em quanto comem e bebem, sem dar a devida atenção aos exercícios.

Da reunião, no Rio de Janeiro, por exemplo, o objetivo foi extrair propostas para uma iniciativa de pesquisa para nortear um projeto de ação não governamental de combate e controle da obesidade.

“Mensagem enganadora”

"Grande parte do foco na mídia popular e nas revistas científicas é em eles estão comendo demais, comendo demais, comendo demais –culpando fast food, bebidas açucaradas e assim por diante", diz o vice-presidente do grupo, Steven N. Blair, um cientista de exercícios, em um vídeo recente anunciando a nova organização. "Mas não há nenhuma evidência clara de que, de fato, essa seja a causa."

Especialistas em saúde dizem que a mensagem é enganadora e parte de um esforço da Coca-Cola para desviar as críticas sobre o papel das bebidas açucaradas na disseminação da obesidade e da diabete tipo 2. Eles argumentam que a empresa está usando o novo grupo para convencer o público de que atividade física pode compensar uma dieta ruim, apesar da evidência de que exercícios têm apenas um impacto mínimo sobre o peso em comparação ao que as pessoas consomem.

Este confronto em torno da ciência da obesidade ocorre em um período de crescentes esforços para taxar bebidas açucaradas, removê-las das escolas e impedir que as empresas façam propaganda delas para crianças. Nas últimas duas décadas, o consumo de refrigerantes calóricos pelo americano médio caiu 25%.

"As vendas da Coca-Cola estão caindo, e há uma imensa reação política e pública contra refrigerantes, com toda grande cidade tentando fazer algo para frear o consumo", disse Michele Simon, uma advogada de saúde pública. "Essa é uma resposta direta ao que a empresa está perdendo. Ela está desesperada para conter a hemorragia."



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