Postado em sábado, 12 de setembro de 2015 às 20:40

Unifal promove campanha de prevenção ao suicídio

A Unifal aderiu ao movimento mundial Setembro Amarelo, que visa conscientizar a população sobre a realidade do suicídio.


 Da Redação

A Unifal (Universidade Federal de Alfenas) aderiu ao movimento mundial Setembro Amarelo, que visa conscientizar a população sobre a realidade do suicídio e mostrar que prevenção é possível em mais de 90% dos casos.

No último dia 10, data em que se celebra o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a Universidade promoveu uma série de atividades a fim de chamar a atenção da comunidade universitária para o tema.

Buscando simbolizar o compromisso com a vida, a Universidade, por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (Prace) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), organizou o evento “#DigaNãoAoSuicídio”, oportunidade em que distribuiu adesivos com laços da cor amarela, em referência à vida, luz e alegria; realizou uma oficina, na qual a comunidade acadêmica participou, escrevendo em um painel, frases de incentivo à vida e promoveu a mesa-redonda intitulada “Diga não ao suicídio #EuAcreditoNaVida".

Para explorar o tema, participaram do debate, os professores Luciene Alves Moreira Marques (FCF), Paulo César de Oliveira (Instituto de Ciências Humanas e Letras - ICHL) e Sueli Vilela (Escola de Enfermagem), cada qual abordando o assunto sob a sua área de atuação.

A professora Luciene iniciou falando da necessidade de discutir o tema do suicídio, visto muitas vezes que a população ignora o debate, por achar o assunto complexo. Apontou um estudo realizado em Campinas, no qual mostra que de cada 100 habitantes, 17 já pensaram em suicídio, cinco chegaram a fazer algum plano, três tentaram suicídio e apenas um foi atendido em Pronto Socorro.

A docente também falou sobre algumas ideias equivocadas que a população tem sobre o suicídio, como o receio de abordar alguém em quadro depressivo e achar que pode induzi-lo. “O suicídio é um ato de coragem ou covardia? Nenhum dos dois. Na verdade, o indivíduo não tem intenção de tirar a própria vida, ele tem intenção de acabar com o sofrimento emocional, psico, insuportável. Ele não vê outra forma de acabar com esse sofrimento”, enfatizou.

Ótica da Filosofia
Sob a ótica filosófica, o Oliveira refletiu sobre o papel da universidade na formação do indivíduo, exposição na qual mencionou que assim como a instituição, cada pessoa também precisa ter um projeto que norteará suas escolhas na vida, uma vez que a finalidade da existência é a felicidade. “É importante ter um projeto de vida, a curto, médio e longo prazo e refazê-lo constantemente”, disse.

Oliveira falou também sobre dois modelos de universidades: a Academia de Platão, a primeira grande escola do mundo ocidental, e o modelo da universidade da modernidade, do qual foi um dos criadores o filósofo Von Humboldt. “Ele promoveu uma ideia de universidade baseada no lema liberdade e solidão”, narrou.

Contrapondo os dois sistemas acadêmicos, o docente apontou que se Platão falava no diálogo e na escuta; Humboldt fala da liberdade de se expor, da diversidade e também da solidão. “A solidão em si não é um mal. Nascemos um de cada vez, até os gêmeos. As grandes decisões da vida a gente toma sozinho”, filosofou, falando de certa distância que é preciso tomar do fluxo, para enxergar melhor.

“É essa distância que a universidade faz. Nós distanciamos um pouco das nossas famílias, mas não excessivamente longe. Uma distância relativa do fluxo, do movimento, das contingências sociais para ver melhor”, explicou.

Punições
Sueli complementou as falas anteriores pontuando as questões das punições ao suicídio ao longo da história. Apontando dados estatísticos, a professora da Escola de Enfermagem mencionou que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil não é considerado um país de alto índice de suicídio, no entanto, entre a população jovem e na fase produtiva, o suicídio está entre as três maiores causas de mortes no país.

Lançando outro olhar para as discussões em torno do problema, para o qual muitos procuram justificativas, a docente ainda mencionou que todo ser humano integra a relação em que é sujeito do mundo, relação esta que é permeada por meio das possibilidades que cada um tem para fazer suas próprias escolhas.



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