Postado em domingo, 15 de março de 2015 às 21:26

Manifestação antigoverno Dilma reúne cerca de 250 pessoas em Alfenas, segundo a PM

Os manifestantes se reuniram ao lado da Concha Acústica, na Praça Getúlio Vargas, seguindo o protesto que aconteceu em todo o País.


 Alessandro Emergente

A manifestação antigoverno de Dilma Rousseff reuniu, na tarde deste domingo (15) em Alfenas, cerca de 250 pessoas, segundo estimativa da PM (Polícia Militar). Os manifestantes se reuniram ao lado da Concha Acústica, na Praça Getúlio Vargas, seguindo o protesto que aconteceu em todo o País.

Os manifestantes, grande parte deles vestindo as cores verde e amarelo, se concentraram a partir das 16h e só se dispersaram por volta das 17h30. Após utilizarem o microfone - na maioria das vezes com fortes críticas ao governo federal e ao PT - e cantarem o Hino Nacional, eles deram uma volta pela Praça Getúlio de Vargas, logo atrás de um carro de som contratado pelos organizadores do ato.

O protesto em Alfenas reuniu, entre os manifestantes, partidários de Aécio Neves (PSDB) e lideranças locais, contrárias ao governo petista, como o vereador Elder Martins (PROS), os secretários municipais José Luiz Bruzadelli (Habitação e Ouvidoria) e Kátia Goyatá (Educação e Cultura). Essa última exibia uma mensagem criticando o golpe militar e pedindo respeito ao dinheiro público. 

Manifestação em frente a Concha Acústica reuniu cerca de 250 pessoas,
segundo estimativa da PM (Fotos: Alessandro Emergente)

O ato teve fortes características antipetistas, com discursos diretos contra o PT e ao governo Dilma e com mensagens como “Fora Dilma! Fora PT!” e até com pedidos de renúncia. Algumas mensagens com dizeres ainda mais fortes também podia ser vistas entre os manifestantes como uma que mandava o PT “pro inferno”. 

Após a concentração, manifestações fizeram uma caminhada em
volta da Praça Getúlio Vargas (Fotos: Alessandro Emergente)

Um manifestante, ao usar o microfone, chegou a fazer fortes críticas aos presidentes da Câmara dos Deputados (deputado Eduardo Cunha) e do Senado (senador Renan Calheiros), ambos do PMDB. Porém, os aplausos foram tímidos. Em seguida, um manifestante gritou “fora PT” e teve forte adesão. 

Provocação

Após o Hino Nacional, João Bosco de Azevedo, um dos organizadores, chegou a ironizar petistas que, segundo ele, haviam dito que os manifestantes não sabiam cantar o hino. Azevedo integrou o governo petista em Alfenas, de 2006 a 2012, e só deixou o cargo de coordenador de eventos culturais após a derrota, na disputa pela reeleição, do ex-prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT). Curiosamente, Azevedo, que já integrou o PSDB local, estava filiado ao PDT, partido do atual prefeito Maurílio Peloso.

Dissidentes

A manifestação também reuniu ex-petistas como Walfrido Tibúrcio Filho, que foi candidato a vice-prefeito de Alfenas pelo PT em 1982. Na época, a chapa era encabeçada por José Arnaldo. Tibúrcio Filho lamentou que o PT tenha abandonado a ideologia partidária pregada na sua fundação.

Outro ex-integrante do PT, um dos fundadores do partido na cidade, a utilizar o microfone foi Joselito de Souza (Lito), hoje presidente do PTB de Alfenas. Lito, que também foi um dos organizadores do ato, aproveitou para fazer críticas ao governo municipal do PT, de 2005 a 2012. 

Manifestantes exibiram mensagens contra o PT e a presidente Dilma (Fotos: Alessandro Emergente)

Segundo Lito, que é advogado e professor na área penal, a administração petista mantinha uma “política equivocada” ao custear, de forma excessiva, advogados de defesa para acusados de crimes e de infrações no município. Tal situação, na avaliação dele, provocou uma sensação de impunidade para muitos criminosos.

A secretária de Educação, Kátia Goyatá, exibe uma mensagem de respeito ao dinheiro público e, na foto ao lado, o vereador Elder Martins (camiseta verde) observa a manifestação (Fotos: Alessandro Emergente)

Presente a manifestação, o defensor público do Estado de Minas Gerais Geraldo Lopes Pereira classificou a crítica de Lito como “um equívoco”. Afirmou que cabe ao Estado garantir o direito de defesa aos cidadãos sem condições financeiras para custear os honorários advocatícios e que este direito é requisito obrigatório no trâmite processual. “Não se pode condenar sem defesa”, disse a reportagem.

Mídia também vira alvo

Até a imprensa foi alvo de críticas. Ao elogiar o trabalho da PM, Solon Cruxen, um dos manifestantes, tentou jogar a corporação contra a imprensa ao dizer que a mídia, muitas vezes, explora ações negativas da PM. Abordado pela reportagem para que explicasse seu ponto de vista, recuou e se limitou ao dizer que apenas critica a “ideologia por trás dos métodos do PT”.

A estimativa de cerca de 250 pessoas presentes a manifestação foi informada pelo comando do policiamento no local. A organização do ato, através de Lito, acredita que esse número pode ter sido superado e chegado a 300 manifestantes. 

Na sequência, João Bosco Azevedo, o ex-petista Walfrido Filho, Solon e Lito (ao fundo o defensor público Geraldo Lopes que aparece com camisa azul) - (Fotos: Alessandro Emergente)

>>Opinião: Manifestações jogam o governo no colo do PMDB

 



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