Postado em quinta-feira, 27 de março de 2014
às 10:46
Servidores mantêm “estado de greve” e preparam ato público para a próxima semana
Os servidores municipais mantiveram, em assembleia, o “estado de greve” (indicativo de greve).
Alessandro Emergente
Os servidores públicos municipais de Alfenas mantiveram, em assembleia geral realizada no início da noite de quarta-feira, o “estado de greve” (termo correspondente a um indicativo de greve). Uma manifestação está agendada para sexta-feira da semana que vem, dia 4.
Pouco antes do ato público, os servidores voltarão a se reunir em uma nova assembleia, marcada para às 9h, quando a categoria decide se inicia ou não uma paralisação. A direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre Alfenas) propôs a realização da próxima assembleia em praça pública, o que foi aceito pelos servidores. Com isso, a reunião será na Praça Getúlio Vargas.
O formato da manifestação ainda não foi definido. De acordo com o sindicalista Neif Sarkis Rocha, coordenador de comunicação do Sempre Alfenas, os detalhes do ato público ainda serão planejados e propostos na próxima assembleia. Na sequência, os servidores sairão às ruas para o protesto.
da noite de quarta-feira (Fotos Alessandro Emergente)
Os servidores também aprovaram um pedido de auditoria nas contas do município, que será encaminhado à Câmara Municipal. Segundo o coordenador geral do Sindicato, Wagner Soares, como o governo alega que não tem condições de recuperar as perdas salariais acumuladas nos últimos oito anos, os servidores querem transparência nas contas. O levantamento detalhado seria nas contas da gestão passada e atual.
Soares disse que o pedido, que já foi sugerido diretamente ao prefeito Maurílio Peloso (PDT), será protocolado na Câmara Municipal na próxima segunda-feira. O vereador Evanílson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS), que também é servidor público municipal, estava presente na reunião.
“Estado de greve”
A manutenção do “estado de greve” foi aprovada por unanimidade durante a assembleia, que reuniu cerca de 130 servidores. Segundo o assessor jurídico do Sempre Alfenas, Silvio José Carvalho, o “estado de greve” é um indicativo legal para que a categoria decrete a paralisação e, por isso, o Sindicato está resguardando esses prazos para que não haja contestação caso haja uma possível greve.
Para este ano, o governo comunicou uma composição de 10% sobre o salário base. Deste percentual, 5,91% será de reposição das perdas da inflação com base no IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Outros 4,39% serão de aumento real concedido de maneira uniforme a toda categoria.
Porém, segundo Neif Sarkis, em entrevista concedida na semana retrasada, nem mesmo os 4,39% podem ser considerados aumento real, uma vez que o funcionalismo acumula quase 80% de perdas nos últimos oito anos. Nos dois primeiros anos da atual gestão, o aumento concedido – somando os 4,39% anunciados para maio (data base da categoria) – chega a quase 7,5%.
Os servidores apresentaram uma pauta de reivindicação com 26 itens, entre os quais um plano de saúde que atenda as necessidades dos servidores e o estabelecimento de um piso salarial de R$ 1.086,00 – correspondente a um salário e meio. Porém, com o aumento anunciado, o piso será de R$ 841,77 a partir de maio.
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