Postado em sábado, 15 de março de 2014
às 13:12
Servidores municipais decretam estado de greve; decisão será comunicada na 2ª feira
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas decretou “estado de greve” em assembleia na sexta-feira.
Alessandro Emergente
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Alfenas (Sempre Alfenas) decretou “estado de greve” (que corresponde a um indicativo de greve) em assembleia realizada no final da tarde de sexta-feira, 14. A decisão será comunicada oficialmente ao prefeito Maurílio Peloso (PDT) na próxima segunda-feira, primeiro dia útil após a decisão coletiva.
Os servidores não aceitaram a proposta do governo de conceder 10% sobre o vencimento atual, sendo 4,09% de aumento real e 5,91% de reajuste. O Sindicato aponta uma defasagem salarial de quase 80%, acumulada de 2006 a 2012, período em que não foi concedido reajuste.
O coordenador de comunicação, Neif Sarkis Rocha, disse que os 4,09% de aumento real anunciado este ano e os 3,5% no ano passado não podem ser considerados aumento e sim reposição por perdas. Disse é que a luta junto ao governo atual é para recuperar as perdas com base na inflação do período sem reajuste e do plano de carreira, alterado no governo anterior.
Uma pauta com 26 itens foi apresentada ao governo, mas a resposta para cada reivindicação não foi aceita pela categoria. Uma delas era o piso salarial de um salário e meio (corresponde a R$ 1.086,00), mas – de acordo com a resposta do governo – o menor vencimento do servidor será de R$ 841,77 com o acréscimo de 10% em maio, data-base da categoria.
O Sindicato havia pleiteado para este ano aumento imediato de 15%, além do reajuste de 5,91% referente aos últimos 12 meses. Outros 30%, parcelados em três vezes, foram propostos em 2013 como um plano de recuperação das perdas, mas não foram concedidos.
Plano de saúde
Diversos outros itens, alguns deles pontuais para alguns setores específicos do funcionalismo, foram apresentados. Entre eles, a criação de um plano de saúde acessível a todos os servidores. O governo alega que “o plano já existe” e seria necessário maior adesão para reduzir os valores individuais, porém o custo mensal para cada funcionário público abaixo de 39 anos foi de R$ 74,58 em 2012 (além de R$ 46,01 por dependente menor de 18 anos).
Um servidor com esposa, ambos com menos de 39 anos, e dois filhos menores, por exemplo, pagaria R$ 241,18 por mês só pela adesão – ou seja sem utilizar o plano que prevê acréscimos por exames e consultas. O Sindicato questiona como um funcionário público com vencimento de R$ 841,77 (piso anunciado pela administração) conseguiria comprometer cerca de 28% de sua renda só com adesão mensal ao plano. “Querem enganar o servidor”, disse Wagner Soares, coordenador geral do Sindicato, ao referir-se a resposta do prefeito.
Próximas ações
A próxima assembleia geral dos servidores está agendada para o dia 26 de março, às 17h. Sarkis disse que o Sindicato está fazendo a parte que lhe cabe, ou seja reivindicando e mobilizando o funcionalismo para lutar por melhorias na carreira. Mas, lembra, que cabe agora ao próprio servidor a adesão para que conquiste os objetivos.
O professor Vagner Ribeiro, coordenador financeiro do Sindicato, citou o exemplo dos garis do Rio de Janeiro que, após uma mobilização intensa e paralisação de 8 dias, obtiveram um aumento de mais de 37% nos salários, além de outros benefícios como o aumento dos tickets de alimentação, de R$ 12 para R$ 20.
Na sexta-feira, a decisão de decretar estado de greve, o que significa um indicativo que o funcionalismo poderá paralisar as atividades, foi unânime. Segundo a direção do Sempre Alfenas, cerca de 100 servidores participaram da assembleia.
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