Postado em sábado, 13 de março de 2010

Hospital de Alfenas é um dos pioneiros na triagem auditiva neonatal

O Hospital Universitário Alzira Velano está entre os pioneiros na triagem auditiva neonatal pelo SUS.


Da Redação

O Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV) está entre os pioneiros na realização de triagem auditiva neonatal pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Minas Gerais é o primeiro Estado a realizar o exame pela rede pública de saúde e o HUAV está na lista dos 18 hospitais habilitados no Estado, quatro deles no Sul de Minas.

O exame é oferecido gratuitamente desde o ano passado, não apenas para os bebês prematuros ou que apresentem outros riscos, mas para todas as crianças nascidas vivas no Estado. A iniciativa tem por objetivo promover o diagnóstico precoce, minimizando, assim, os efeitos da deficiência auditiva.

“A criança que recebe o diagnóstico de perda auditiva até os três meses poderá sofrer a intervenção até os seis meses de vida. Se isso ocorrer, ela terá desenvolvimento de linguagem normal ou bem próximo do normal de uma criança ouvinte. Isso é comprovado cientificamente e, por esse motivo, a triagem neonatal é tão importante”, explica a fonoaudióloga responsável pelo serviço de atenção à saúde auditiva do HUAV, Sanyelle Pinheiro.

De acordo com Sanyelle, o bebê tem o ouvido formado na 20ª semana de gestação. A partir daí, ele já tem condições de ouvir o barulho dos órgãos da mãe e até a voz de pessoas próximas. Isso significa que a criança que nasce com algum problema auditivo tem cerca de 18 semanas de privação sensorial.

Nesse sentido, saber da deficiência o mais rápido possível torna-se ainda mais essencial. “É preciso lembrar sempre o tempo de privação que a criança teve. E é por meio da triagem auditiva neonatal que vamos evitar que esse bebê continue sendo privado dos sons”, reforça a fonoaudióloga.

Conforme a resolução que institui a Triagem Auditiva Neonatal como procedimento oferecido pelo SUS em Minas Gerais, todo bebê considerado de alto risco para o desenvolvimento de deficiência tem prioridade na realização do teste e, se possível, já deve sair da maternidade com o exame feito.

O teste é realizado em 18 maternidades do Estado. Seis delas em Belo Horizonte e o restante no interior de Minas Gerais. As quatro no Sul de Minas são: Alfenas, Pouso Alegre, Varginha e Passos.

O exame

O exame é composto por dois procedimentos. No primeiro, uma pequena sonda é introduzida no canal externo do ouvido do bebê, estimulando as células de audição e, conforme a pressão recebida, é possível avaliar o funcionamento delas.

Já o segundo procedimento visa verificar se a criança tem atenção para o som. Para isso, o fonoaudiólogo, com chocalhos ou outros objetos, faz alguns ruídos próximo à cabeça do bebê, avaliando o comportamento dele.

Durante os testes, a criança não pode estar agitada, por isso, os pais são orientados a trazê-la dormindo. O ideal é que ela só desperte para fazer o segundo procedimento.

Os pais também devem trazer o cartão de vacinas do bebê para que o fonoaudiólogo anote o resultado do exame para o acompanhamento do pediatra. Se constatada alguma falha, os pais serão orientados a trazer a criança para repetir o exame em quinze dias

Diagnóstico

Quando por duas vezes seguidas a triagem indica que existe alguma perda auditiva, o bebê é encaminhado para o diagnóstico, momento em que serão realizados exames complementares. É por meio desses outros testes que será possível identificar que tipo de deficiência a criança tem.

“A triagem não fornece um diagnóstico do problema; ela informa que há falhas e que outros procedimentos devem ser realizados. Para ter um perfil preciso da audição, serão feitos dois novos exames: emissões, que avalia as células, e potencial evocado auditivo de tronco cerebral, que avalia o sistema nervoso central”, explica Sanyelle.

Esses exames mensuram o grau e o tipo de perda, verificando quanto a criança escuta e quanto ela consegue detectar o som. Tais testes são fundamentais, já que o aparelho de amplificação sonora individual a ser usado será programado com base nessas respostas. Também fornecido pelo SUS, ele é disponibilizado dentro de um mês em média, já que as crianças têm prioridade.

Mas colocar o aparelho auditivo apenas não basta. Para que a criança desenvolva a linguagem, ela precisa iniciar um processo de reabilitação. Isso será feito por meio de terapias com um fonoaudiólogo, realizadas duas vezes por semana. Nessa etapa, o envolvimento da família é fundamental.

Investimentos

Segundo a referência técnica em Saúde Auditiva da Secretaria de Estado de Saúde, Gabriela Cintra, só para inserir a Triagem Neonatal Auditiva entre os exames oferecidos pelo SUS, por exemplo, o Governo de Minas disponibilizou R$ 1,5 milhão.

“O recurso é destinado ao pagamento dos prestadores de serviço que realizam o teste. Além disso, as maternidades que se dispõem a oferecer o procedimento podem utilizar recursos do Pro-Hosp, programa estadual voltado para o fortalecimento e melhoria dos hospitais, para a compra de equipamentos necessários para a realização do exame”, afirma.

Desde que a Triagem Neonatal Auditiva entrou em funcionamento, em setembro de 2008, foram realizados 15 mil testes. Em 2010, este número deve aumentar, pois a Secretaria de Estado de Saúde pretende credenciar mais 27 instituições, totalizando 45 serviços de referência.

Fonte: Agência Minas
Foto de Capa: Pedro Cisalpino



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