Postado em quinta-feira, 11 de outubro de 2018 às 10:54

Fibrose cística na gravidez

O diagnóstico precoce e a boa taxa de adesão ao tratamento faz com que os pacientes com fibrose cística...


 O diagnóstico precoce e a boa taxa de adesão ao tratamento faz com que os pacientes com fibrose cística tenham a expectativa aumentada, o que pode fazer com que as mulheres com essa doença tenham vontade de ter filhos. No entanto, é preciso saber dos possíveis riscos e complicações da gestação em mulheres com fibrose cística.

É importante que haja planejamento da gestação, de modo a adaptar o tratamento da melhor forma, além de saber das possíveis complicações e do risco da criança também possuir a doença. A fibrose cística é uma doença genética e hereditária caracterizada pelo aumento na produção de secreção, o que resulta em problemas respiratórios e digestivos de acordo com o grau da doença. Saiba quais são os sintomas da fibrose cística.

Como essa doença é de caráter genético, caso a mãe possua fibrose cística e o pai seja portador do gene, a chance da criança de ter a doença é de 50%, por isso, é importante que a equipe relacionada com o tratamento da mulher e o obstetra orientem no que diz respeito ao planejamento e manutenção da gravidez.


Cuidados durante a gravidez

Após aconselhamento genético e avaliação dos possíveis riscos da gestação na fibrose cística, é importante que a mulher receba os cuidados redobrados. Assim, é importante que vá ao médico com mais frequência, pelo menos 1 vez ao mês, nos primeiros 6 meses de gravidez e no último trimestre de gestação, é recomendado que a consulta seja realizada a cada 15 dias até o dia do parto.

A gestante com fibrose cística deve ser acompanhada por uma equipe multiprofissional constituída pelo obstetra, fisioterapeuta, nutricionista, clínico geral e equipe de enfermagem, devendo ser realizado uma série de exames a cada consulta, como:

  • Exame físico completo;
  • Avaliação da função pulmonar;
  • Avaliação do estado nutricional geral, com o cálculo do IMC;
  • Mensuração da saturação de oxigênio;
  • Cultura de escarro para verificar a presença de microrganismos no trato respiratório.

É recomendado que a gestante com fibrose cística tenha um ganho total de peso de 11 kg e normalmente é indicado pelo nutricionista o uso de suplementos alimentares bem como a alimentação através de um tubo para que não só a mulher como também o filho possuam nutrição adequada, já que na fibrose cística a digestão dos alimentos é comprometida devido à perda da função pancreática.

Além disso, é importante que os médicos avaliem a possibilidade de adaptação no tratamento, principalmente no que diz respeito ao uso de antimicrobianos, pois alguns são contraindicados na gestação devido aos seus possíveis efeitos sobre o feto. Por outro lado, o uso de enzimas pancreáticos deve ser mantido durante a gestação e na fase de aleitamento, sem qualquer contra-indicação para mãe ou para o bebê. Entenda como é feito o tratamento para a fibrose cística.

Possíveis riscos e complicações

Os riscos e complicações da gravidez na fibrose cística são muitos, mas dependem do estado geral da mulher bem como do seu grau de adesão ao tratamento e evolução da doença, como por exemplo:

  • Comprometimento pulmonar: pode resultar em retardo do crescimento fetal e prematuridade;
  • Estado nutricional comprometido: pode diminuir a taxa de concepção, baixo peso ao nascer e diabetes gestacional;
  • Diabetes gestacional: aumento do risco de anormalidades fetais, principalmente se os níveis glicêmicos forem muito altos no primeiro trimestre de gravidez;
  • Instabilidade respiratória: pode resultar em óbito da mãe ou aumentar a chance de abortamento e prematuridade.

Além disso, caso a mulher tenha sido submetida ao transplante de pulmão é recomendado que espere cerca de 2 anos após o transplante para que engravide, caso esse seja o desejo. Isso porque o transplante de pulmão torna a gravidez de risco, uma vez que a presença do feto pode aumentar as chances de rejeição do órgão, além de que alguns medicamentos utilizados após o transplante, que são os remédios imunossupressores, podem atravessar a placenta e resultar em alteração no desenvolvimento do bebê. A gravidez após o transplante pode ainda aumentar as chances da mulher desenvolver diabetes gestacional e de prematuridade com restrição do crescimento intrauterino.

É importante que após o parto o bebê seja submetido a testes de diagnóstico para avaliar se possui a doença, se é portador do gene da fibrose cística ou é saudável, para que possa ser estabelecido o tratamento caso seja necessário. Veja como saber se o bebê tem fibrose cística.




Fonte:TuaSaúde



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