Postado em quarta-feira, 24 de maio de 2017

Número de microempreededores cresce 15,7% no Sul de Minas

Serviços nas áreas de construção civil, moda e alimentação são as que mais atraem investidores.


O número de pessoas que empreendem por conta própria no Sul de Minas cresceu 15,7% em 2017 no comparativo com 2016. Os dados são do Sebrae e consideram os quatro primeiros meses de cada ano. Varginha (MG) lidera a lista com 897 novos cadastros de microempreendedores individuais (MEIs) apenas neste ano.

"Devido à crise [econômica], o ritmo de abertura de registros de MEIs caiu um pouco, mas, até por ser uma alternativa de trabalho em meio à crise, esse setor continua crescendo", explica Juliano Cornélio, gestor do Sebrae na região.

Os MEIs são um segmento que oferece serviços em geral. Estão nessa categoria pessoas que faturam até R$ 60 mil por ano, sem participação em outra empresa como sócio ou titular, e podem ter um empregado, que receba um salário mínimo ou o piso da categoria. Com o pagamento de uma taxa mensal que gira em torno de R$ 50, esse pequeno empresário garante para si todos os direitos previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)- como auxílio maternidade, auxílio doença, aposentadoria- e aqueles benefícios que cabem a empresas regulares- como facilidade de acesso a linhas de crédito específicas.

De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados neste mês, o setor de serviços tem desempenhado um papel importante na geração de empregos no Sul de Minas. Dos 2.556 novos postos de trabalho criados em abril, 721 foram mantidos nesse segmento, que ficou atrás apenas da agropecuária.

"As áreas de construção civil (pedreiros e auxiliares, por exemplo), vestuário e alimentação são as que mais atraem microempreendedores na região", conta o gestor do Sebrae, citando áreas que tradicionalmente são apostas de quem se arrisca em um empreendimento próprio.

Espaço para a criatividade

Formado em engenharia de controle e automação, Leonardo Amaral, de 25 anos, se tornou um MEI em uma categoria ainda pouco explorada pelo segmento na região: a de tecnologia. Ainda na faculdade, ele desenvolveu a sua primeira impressora de artigos em 3D como parte de um projeto acadêmico. Na época, ele tinha o objetivo de criar produtos ortopédicos mais baratos e ecológicos. Dois anos depois, em 2016, o projeto já havia expandido.

"As minhas impressoras têm baixo custo e podem produzir qualquer tipo de material, de chaveirinhos usados em divulgação de empresas a materiais de uso médico. Se fosse para vender a minha empresa, o valor de mercado dela seria estimado em R$ 100 mil", conta Leonardo.

Em 2014, o G1 mostrou os primeiros passos de Leonardo rumo ao empreendedorismo. A montagem da primeira impressora aconteceu depois que ele encontrou dificuldades para construir um drone.

"Eu tinha que importar peças e pagar um imposto muito alto para conseguir material para o drone. Aí comecei a ler sobre a impressora 3D, que já é usada há muito tempo para confeccionar materiais diversos e descobri que existiam projetos de código aberto, que permitiam às pessoas construírem suas próprias impressoras, e me interessei", conta.

Logo, o morador de Santa Rita do Sapucaí (MG) percebeu o potencial da impressora e decidiu investir no segmento. "O segredo é persistir, avaliar o mercado, ter paciência, porque vale a pena", garante.

G1 Sul de Minas



Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Informamos ainda que atualizamos nossa

Estou de acordo