Postado em terça-feira, 21 de março de 2017
às 20:08
Adesão à greve dos professores cresce em Alfenas
Os grevistas protestam contra a reforma da Previdência Social e reivindicam o cumprimento de um acordo com o governo mineiro para cumprimento do piso salarial da categoria.
Da Redação
A adesão à greve dos professores da rede estadual cresceu em Alfenas e a paralisação já atinge, pelo menos, oitos escolas estaduais localizadas na cidade. Uma assembleia geral na próxima segunda-feira, em Belo Horizonte, vai definir os rumos do movimento. Os grevistas protestam contra a reforma da Previdência Social e reivindicam o cumprimento de um acordo com o governo mineiro para cumprimento do piso salarial da categoria.
No domingo, o Alfenas Hoje mostrou que a paralisação, deflagrada em assembleia no dia 8 de março, teve início em algumas escolas no último dia 15 e, desde então, tem tido novas adesões. Além de quatro escolas na semana passada (Dr. Napoleão Salles, Samuel Engel, Arlindo da Silveira e Professor Viana), a escola Dr. Emílio Silveira, o Estadual, também já havia aderido desde a semana passada.
De acordo com o Sind-Ute (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais), novas escolas aderiram ao movimento essa semana. São elas: Levindo Lambert, Judith Viana e Prefeito Ismael Brasil Corrêa essa última paralisa as atividades a partir dessa quarta-feira. O Sind-Ute informou que a adesão é total nessas escolas. A única exceção é no Professor Viana, cuja a adesão foi parcial - os estudantes do 1˚ ao 5˚ continuam tendo aulas normalmente.
Nesta quarta-feira, a partir das 16h, os professores farão uma concentração na Praça Getúlio Vargas. Os grevistas farão uma panfletagem orientando a população sobre a reforma da Previdência Social. A proposta do presidente Michel Temer (PMDB) tem recebido fortes críticas dos movimentos sociais.
Ao defender a mudança, o governo federal argumenta que a Previdência tem registrado um déficit crescente: os gastos saltaram de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto), em 1997, para projetados 2,7%, em 2017. Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão - argumenta o governo.
A nova regra, se aprovada pelo Congresso Nacional, estabelece uma idade mínima de 65 anos para ter direito a aposentadoria, além de 49 anos de contribuição para ter acesso ao benefício integral. Hoje o tempo de contribuição é de 35 anos para homens e 30 anos para mulheres. Já a idade mínima é de 60 anos (mulheres) e 65 anos (homens).
Piso salarial da categoria
A outra reivindicação dos profissionais de educação é em relação ao piso salarial. No início deste ano, o piso nacional foi reajustado em 7,64%, percentual não abrigado no contracheque dos professores mineiros. O governo estadual admite não ter incorporado o percentual e diz estudar uma maneira de atender essa reivindicação apesar da crise financeira do Estado.
O governador Fernando Pimentel decretou, no final do ano passado, estado de calamidade financeira após ultrapassar os limites da folha de pagamento. Com o decreto, o governador não é penalizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas é submetido a ajustes nas contas.
No ano passado, o Governo de Minas não pagou aos professores um reajuste de 11,36% nos primeiros meses de 2016 em cumprimento a um acordo assinado por Pimentel. O reajuste só foi pago a partir de abril e não houve o repasse do retroativo.
Desde que a greve foi deflagrada em assembleia, no último dia 8, o Governo de Minas ainda não recebeu representantes da comissão que representa os grevistas. A estratégia é aguardar o desdobramento do movimento, analisando a adesão à paralisação dos professores.
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