Postado em segunda-feira, 6 de março de 2017 às 14:28

Quem quer ser centroavante? Entenda a "fábrica" de 9s de Mano no Cruzeiro

Com Ábila no banco, o treinador tem optado por Sobis para jogar no ataque, mais centralizado; contra o América TO, Alisson vira o homem de referência


 Centroavante. Substantivo masculino de dois gêneros. Jogador de área, que se coloca no centro da linha de ataque. Esta é a definição básica, de dicionário, da posição. Mas, no Cruzeiro, muito jogadores têm cumprido a função. Na vitória contra o América TO, o posicionamento de Alisson chamou muita atenção: o meia foi quem cumpriu a função de centroavante ou “falso 9” - pode chamar como quiser. Aliás, o gol da vitória surgiu assim, com uma inversão de papéis. Sobis estava na ponta direita e cruzou para Alisson, que estava próximo à marca do pênalti para fazer o gol da vitória.

Normalmente, quando se pensa em um centroavante, vêm todos aqueles e estigmas: forte, alto, sem muita habilidade técnica e com um talento especial para empurrar a bola para as redes. No elenco celeste, Ábila se encaixa perfeitamente nestas características e seria o mais credenciado para exercer a função dentro do esquema tática de Mano Menezes. Seria.

Isto porque esta movimentação “louca” do ataque do Cruzeiro é uma das principais características deste time de Mano Menezes. Em tese, Alisson começaria pela esquerda, com Arrascaeta centralizado e Robinho pela direita. Lá na frente estaria o Sobis. Mas não foi isso que foi observado dentro de campo. Na linha de três, os jogadores flutuam entre os lados do campo, se movimentando muito e enganando a marcação. Sobis, que tem mais costume de atuar mais à frente, muitas vezes, ao longo dos jogos, recua para ajudar nas construções das jogadas.

Como foi supracitado, Alisson trocou de função com Sobis, principalmente no primeiro tempo da partida em Teófilo Otoni. Tanto que, por vezes, o time celeste tentava lançamentos longos, com bolas altas, para que o meia pudesse disputar de cabeça. Mas as jogadas não estavam surtindo efeito. Mano se irritou e pediu para que tentassem mais jogadas pelo chão.

O que é legal de perceber no gol do Cruzeiro é que as funções do ataque celeste estavam praticamente todas embaralhadas. Sobis estava pela direita, sendo que ele joga mais centralizado ou pela esquerda, Robinho estava na esquerda, sendo que ele costuma ocupar a faixa direita do campo. E Alisson lá na frente, como um centroavante.

O "motivo" de Mano

Talvez a grande resposta pela preferência de Mano Menezes preferir utilizar Sobis ou Alisson "improvisados" como centroavante, em vez de Ábila, seja a mobilidade. Quando Ábila está em campo, o Cruzeiro perde em velocidade, tanto na recomposição defensiva, quanto numa eventual necessidade que ele recue para ajudar na construção das jogadas. De fato, com o argentino, o time fica a mercê de abastecer o centroavante. Com Sobis ou com a movimentação dos outros meia atacantes, o time ganha em velocidade.

No jogo contra o Tricordiano, pela segunda rodada do Campeonato Mineiro, Ábila entrou como titular. Fez o seu papel muito bem, marcou os dois gols da vitória contra a equipe do Sul de Minas. Contra a Chapecoense, no jogo seguinte, o argentino foi escalado como titular novamente. E, novamente, fez os dois gols da vitória, mas nem o rendimento de quatro gols em dois jogos como titular deu a vaga para ele. Contra o Tupi-MG, Sobis retomou a posição e voltou a ser a escolha predileta do treinador.

No final do ano passado, Ábila vivia uma boa fase, marcando muitos gols. Mas no último jogo do ano, contra o Corinthians, Mano já demonstrou que tinha a intenção de usar Sobis como "falso 9". E, de fato, o ano começou assim. Mas a preferência de Mano por jogadores mais velozes, no ataque, em vez de um centroavante fixo, parado, não é de hoje. Na primeira passagem do treinador pelo Cruzeiro, ele fez o mesmo com Willian Bigode, uso-o em detrimento de Leandro Damião.

Globo Esporte


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