Postado em quinta-feira, 2 de março de 2017
às 14:10
Médico mineiro decide largar tudo para viajar o mundo por 1 ano
Profissional de Poços de Caldas pediu demissão e vendeu tudo para viajar. Dupla de amigos embarca nesta sexta-feira (3) com destino a 38 países.
Para alguns, viajar pelo mundo pode ser loucura, mas um médico de Poços de Caldas (MG) resolveu arriscar. Marcel Verde Lopes, de 29 anos, pediu demissão do emprego onde trabalhava no Rio de Janeiro (RJ), vendeu carro, computador e investiu na ideia de passar 1 ano viajando. Ao lado do amigo carioca e também médico, Luiz Felipe Abdalla Soares, de 27 anos, a expectativa da dupla é passar por 38 países.
A viagem está marcada para esta sexta-feira (3). O primeiro destino será Nova York. De lá, os médicos seguem para Austrália, Nova Zelândia, Tailândia e mais outros tantos países que configuram o roteiro da viagem. Entretanto, a ideia não surgiu da noite para o dia.
"Nós nos conhecemos na Força Aérea Brasileira (FAB), no Rio de Janeiro, cumprindo serviço militar obrigatório. Depois montamos uma república com mais um outro colega, onde vivemos por dois anos. Nesse tempo, eu me especializei em cirurgia geral, enquanto o Luiz Felipe em Clínica Médica. Essa ideia "maluca" de viajar surgiu em 2014 e foi só ganhando força", explicou o médico de Poços de Caldas.
Durante os últimos três anos, os dois pesquisaram sobre os países pelos quais gostariam de passar. Mas, para embarcar nesta viagem, além do planejamento, foi preciso praticar o desapego.
“No começo tudo é muito doido e não parece fazer sentido. Você vende o carro, o computador, doa metade das suas roupas, pede demissão do trabalho, avisa a família que a decisão está tomada, para, senta e reflete: Tô ficando maluco? Tô jogando fora tudo o que eu construí?. Aí você percebe que tudo na vida pode ser passageiro, que os bens materiais pouco importam para ser feliz, que você pode e precisa romper as barreiras da sua zona de conforto”, contou o doutor Marcel.
Desde que os médicos resolveram embarcar nesta aventura, muita coisa aconteceu na vida deles. Cada um enfrentou problemas pessoais, que os fizeram repensar ainda mais a vida que levavam. Mesmo com bons empregos, a felicidade era sempre o ponto mais questionado por eles.
“Sabe quando você chega em uma fase da vida onde as coisas não estão se encaixando?! Você tem profissão, amigos, tem a sua família. Mas você quer mais. Crise dos 30?! Talvez. A verdade é que a viagem está se aproximando e muita coisa começa a passar pelas nossas cabeças. Medo, saudade, surpresa, um misto de emoções que vamos começar a viver”, disse Marcel.
Antes de cair na estrada, os médicos realizaram uma série de consultas médicas para se informarem sobre as vacinas e medicamentos necessários para viajarem com segurança. Um dos locais visitados foi a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
Objetivo
Mas se engana que a viagem será no modelo “Médicos sem fronteiras”. A intenção dos dois é mostrar cada vivência e experiência com a língua, cultura, costumes. Segundo Marcel e Luiz, os dois querem ver o mundo de perto e não apenas pelas lentes das câmeras. Querem construir cada um a sua visão das coisas, e ver os contrastes entre o Oriente e o Ocidente. O principal é mostrar que a pausa na carreira é apenas uma forma de crescimento pessoal.
Sabe quando você chega em uma fase da vida onde as coisas não estão se encaixando?!"
Marcel Verde Lopes, de 29 anos
“Queremos estimular outras pessoas a tomarem decisões parecidas, pensaram suas vidas sob outro ângulo, se permitirem a uma nova possibilidade: A vida é agora! Carpe Diem [que em latim significa: Aproveite o dia]. Enjoy your life [que em inglês quer dizer: Desfute sua vida]. Crie coragem para romper com o usual, permita-se descobrir novas possibilidades”, completou Marcel.
Eles contam ainda que os objetivos serão o de orientar quem pretende "meter o pé" na estrada, com dicas de viagem, roteiros, relatos por onde passarem. Além de falarem sobre noções básicas de primeiros socorros, acidentes com animais, vacinas, cuidados em áreas de risco (grandes altitudes, doenças endêmicas, infecções gerais).
"Criamos um canal nas redes sociais onde as nossas famílias e pessoas interessadas em cair na estrada, no mundo, podem acompanhar um pouco do que vamos viver, do que vamos passar e de tudo o que vamos descobrir", disse o médico Luiz Felipe Abdalla Soares.
Apoio da família
Marcel, que é filho de médico, teve o apoio da família, que mora em Poços de Caldas. O pai, que é urologista, contou que a decisão do filho não pegou a família de surpresa, já que ele sempre foi muito independente e já passou por muitas experiências durante a residência médica.
"Um dia ele me ligou e disse que estava cansado, que queria dar um tempo na carreira, antes de dar prosseguimento à nova residência médica. Como ele não tem nada que o prenda, além da família, eu acredito que ele fez a escolha certa. Ele vai viver muitas coisas interessantes, vai aprender muito", disse Jorge Lopes, médico urologista e pai de Marcel.
Segundo o pai, o medo de ver o filho viajando por tanto tempo, sem muito local fixo para dormir ou se hospedar, é uma constante na família, mas não é motivo para que o jovem médico deixe de ter o incentivo para viver a "pausa" que ele tanto deseja.
"É uma loucura saudável. Se eu ainda fosse jovem, eu faria a mesma coisa. Só não fiz, porque não tive a mesma oportunidade. Agora, no caso dele, é claro que a família fica apreensiva, tanto eu, como a mãe e a irmã, mas sabemos que Deus vai protegê-lo. Temos certeza de que em breve ele voltará cheio de histórias que o farão uma pessoa e um profissional ainda melhor do que ele é hoje", finalizou o pai do jovem médico.
G1 Sul de MInas
A viagem está marcada para esta sexta-feira (3). O primeiro destino será Nova York. De lá, os médicos seguem para Austrália, Nova Zelândia, Tailândia e mais outros tantos países que configuram o roteiro da viagem. Entretanto, a ideia não surgiu da noite para o dia.
"Nós nos conhecemos na Força Aérea Brasileira (FAB), no Rio de Janeiro, cumprindo serviço militar obrigatório. Depois montamos uma república com mais um outro colega, onde vivemos por dois anos. Nesse tempo, eu me especializei em cirurgia geral, enquanto o Luiz Felipe em Clínica Médica. Essa ideia "maluca" de viajar surgiu em 2014 e foi só ganhando força", explicou o médico de Poços de Caldas.
Durante os últimos três anos, os dois pesquisaram sobre os países pelos quais gostariam de passar. Mas, para embarcar nesta viagem, além do planejamento, foi preciso praticar o desapego.
“No começo tudo é muito doido e não parece fazer sentido. Você vende o carro, o computador, doa metade das suas roupas, pede demissão do trabalho, avisa a família que a decisão está tomada, para, senta e reflete: Tô ficando maluco? Tô jogando fora tudo o que eu construí?. Aí você percebe que tudo na vida pode ser passageiro, que os bens materiais pouco importam para ser feliz, que você pode e precisa romper as barreiras da sua zona de conforto”, contou o doutor Marcel.
Desde que os médicos resolveram embarcar nesta aventura, muita coisa aconteceu na vida deles. Cada um enfrentou problemas pessoais, que os fizeram repensar ainda mais a vida que levavam. Mesmo com bons empregos, a felicidade era sempre o ponto mais questionado por eles.
“Sabe quando você chega em uma fase da vida onde as coisas não estão se encaixando?! Você tem profissão, amigos, tem a sua família. Mas você quer mais. Crise dos 30?! Talvez. A verdade é que a viagem está se aproximando e muita coisa começa a passar pelas nossas cabeças. Medo, saudade, surpresa, um misto de emoções que vamos começar a viver”, disse Marcel.
Antes de cair na estrada, os médicos realizaram uma série de consultas médicas para se informarem sobre as vacinas e medicamentos necessários para viajarem com segurança. Um dos locais visitados foi a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
Objetivo
Mas se engana que a viagem será no modelo “Médicos sem fronteiras”. A intenção dos dois é mostrar cada vivência e experiência com a língua, cultura, costumes. Segundo Marcel e Luiz, os dois querem ver o mundo de perto e não apenas pelas lentes das câmeras. Querem construir cada um a sua visão das coisas, e ver os contrastes entre o Oriente e o Ocidente. O principal é mostrar que a pausa na carreira é apenas uma forma de crescimento pessoal.
Sabe quando você chega em uma fase da vida onde as coisas não estão se encaixando?!"
Marcel Verde Lopes, de 29 anos
“Queremos estimular outras pessoas a tomarem decisões parecidas, pensaram suas vidas sob outro ângulo, se permitirem a uma nova possibilidade: A vida é agora! Carpe Diem [que em latim significa: Aproveite o dia]. Enjoy your life [que em inglês quer dizer: Desfute sua vida]. Crie coragem para romper com o usual, permita-se descobrir novas possibilidades”, completou Marcel.
Eles contam ainda que os objetivos serão o de orientar quem pretende "meter o pé" na estrada, com dicas de viagem, roteiros, relatos por onde passarem. Além de falarem sobre noções básicas de primeiros socorros, acidentes com animais, vacinas, cuidados em áreas de risco (grandes altitudes, doenças endêmicas, infecções gerais).
"Criamos um canal nas redes sociais onde as nossas famílias e pessoas interessadas em cair na estrada, no mundo, podem acompanhar um pouco do que vamos viver, do que vamos passar e de tudo o que vamos descobrir", disse o médico Luiz Felipe Abdalla Soares.
Apoio da família
Marcel, que é filho de médico, teve o apoio da família, que mora em Poços de Caldas. O pai, que é urologista, contou que a decisão do filho não pegou a família de surpresa, já que ele sempre foi muito independente e já passou por muitas experiências durante a residência médica.
"Um dia ele me ligou e disse que estava cansado, que queria dar um tempo na carreira, antes de dar prosseguimento à nova residência médica. Como ele não tem nada que o prenda, além da família, eu acredito que ele fez a escolha certa. Ele vai viver muitas coisas interessantes, vai aprender muito", disse Jorge Lopes, médico urologista e pai de Marcel.
Segundo o pai, o medo de ver o filho viajando por tanto tempo, sem muito local fixo para dormir ou se hospedar, é uma constante na família, mas não é motivo para que o jovem médico deixe de ter o incentivo para viver a "pausa" que ele tanto deseja.
"É uma loucura saudável. Se eu ainda fosse jovem, eu faria a mesma coisa. Só não fiz, porque não tive a mesma oportunidade. Agora, no caso dele, é claro que a família fica apreensiva, tanto eu, como a mãe e a irmã, mas sabemos que Deus vai protegê-lo. Temos certeza de que em breve ele voltará cheio de histórias que o farão uma pessoa e um profissional ainda melhor do que ele é hoje", finalizou o pai do jovem médico.
G1 Sul de MInas
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