Postado em quarta-feira, 16 de novembro de 2016 às 02:41

Trigo de Minas para Minas

A meta é ambiciosa: tornar-se um estado autossuficiente na produção de trigo para atender à atual demanda de...


Do FAEMG

A meta é ambiciosa: tornar-se um estado autossuficiente na produção de trigo para atender à atual demanda de 1 milhão de toneladas do grão do estado de Minas já na próxima década. Mas os resultados atuais do Programa Contrigo – resultado de uma parceria entre a Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) – indicam que a meta é viável. Desde o início das pesquisas, em 2005, a produção de trigo em terras mineiras saltou de 20 mil toneladas para 245 mil toneladas, em pouco mais de 10 anos. Um crescimento de 1.125%, resultado de pesquisas para melhoramento de cultivares para as características dos solos de Minas e ainda o incentivo aos agricultores.

O pesquisador Maurício Coelho, do Campo Experimental de Sertãozinho da Epamig, em Patos de Minas, Região do Alto Paranaíba, diz que o processo, no entanto, é de longo prazo. “Já tivemos um avanço significativo, mas ainda está longe do nosso consumo. Produzimos apenas 25% da necessidade de nosso estado”, afirma. Ele explica que o objetivo do Programa Contrigo é desenvolver cultivares (espécies de plantas que foram melhoradas devido à alteração ou introdução, pelo homem, de uma característica que antes não tinham) adaptadas ao solo mineiro e ainda informar os produtores. Hoje, diz Coelho, o cultivo já ocorre em várias regiões do estado com maior concentração no Sul, Noroeste, Alto Paranaíba, e Campo das Vertentes.

Uma década depois do Contrigo, o estado de Minas Gerais já consegue figurar entre os cinco estados do país com maior produção do grão. Mas ainda está muito longe da do Paraná e do Rio Grande do Sul, que sozinhos respondem por90% de toda a produção brasileira. Os 10% restantes são dividos, respectivamente, entre Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso. O presidente da Associação dos Triticultores de Minas Gerais, Eduardo Elias Abrahim – produtor de trigo e consultor do programa –, diz que a produção de trigo no Rio Grande do Sul chega a 3 milhões de toneladas e a de Santa Catarina, 2,5 milhões, contra as 245 mil de Minas Gerais.

Apesar da grande diferença de produção, Eduardo Abrahim atesta a importância das pesquisas em Minas. Ele, pioneiro no programa, diz que as modificações das cultivares são responsáveis pelo aumento significativo da colheita e ressalta também a importância da aproximação com a indústria que o Contrigo trouxe. “Trabalhando em conjunto com a indústria, ela diz o que quer para produzir pão, macarrão ou biscoito, por exemplo, e o produtor se empenha em atender à necessidade. A segregação – venda por variedade de trigo para a moagem – aumenta a liquidez na venda pelo produtor”, conta.

Abrahim cita como exemplo de boa aceitação pela indústria a semente BRS264, que foi desenvolvida pela Embrapa, que responde por 80% do mercado em Minas, apesar de existirem entre cinco e seis outras variedades. “Hoje, os moinhos fazem testes de qualidade nos grãos, atestam a qualidade e fazem comunicados informando qual variedade querem”, afirma. O produtor destaca que, entre as cultivares, a BRS394, desenvolvida pela Embrapa também e testada há três anos, é esperança de aumento de produção,

A Associação dos Triticultores de Minas, diante do aumento de produção, já tem plano ambiciosos para o futuro também. De acordo com Abrahim, caso o cultivo continue crescendo no estado, o objetivo é buscar uma certificação, como é verificado hoje com o café. “A produção da região teria, por exemplo, um selo com os dizeres: Trigo do Cerrado. Mas, por enquanto, isso é apenas um desejo”, ressalta.

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