Postado em sábado, 7 de abril de 2018
às 09:20
Atenta: os probióticos vão invadir a sua rotina de skincare
Agora podemos ver exatamente o que esses microorganismos fazem na pele...
Com o bom de alimentos como kefir e kombucha, probiótico é uma palavra que agora todo mundo conhece – mas estamos apenas começando a descobrir o potencial dessas colônias bacterianas! A boa notícia é que elas não fazem bem apenas para o nosso intestino, mas também para a nossa pele!
Pedimos a Whitney Bowe, professora de dermatologia do Mount Sinai Medical Center e autora do livro The Beauty of Dirty Skin, para nos explicar como os probióticos invadiram o skincare. Vem ver!
O uso de probióticos no cuidado da pele é algo mais comum agora. O que sabemos hoje que não sabíamos há um ano?
Quando começamos a ver séruns e hidratantes probióticos, eles não apresentavam muitas evidências sólidas. No entanto, com o advento de métodos rápidos de sequenciamento de DNA, como o sequenciamento ribossomal 16S, isso mudou – podemos detectar um espectro mais amplo de microorganismos e ver exatamente o que eles fazem na pele. Agora sabemos, por exemplo, que a Staphylococcus epidermidis pode moderar o crescimento excessivo das bactérias ligadas ao eczema (inflamação cutânea).
Estamos começando a ouvir sobre prebióticos e pós-bióticos. Precisamos nos preocupar com isso também?
Sim, adicione isso ao vocabulário. Os prebióticos são como fertilizantes ou alimentos que estimulam o crescimento de certas bactérias, os probióticos são as bactérias vivas e os pós-bióticos são subprodutos químicos das bactérias ou fragmentos de células bacterianas mortas. Eu acredito que os produtos mais fortes para cuidados com a pele que estão surgindo no mercado são aqueles com prebióticos.
Alguns prebióticos estimulam colônias específicas de bactérias saudáveis e outros aumentam a diversidade das bactérias na pele, o que é realmente importante. Ao remover essa diversidade, surgem problemas como rosácea, acne, linhas de expressão e descoloração. Estamos cientes de muitos prebióticos eficazes – como inulina e diferentes tipos de fibras – para bactérias intestinais. Para a pele, minerais como o selênio são promissores, mas ainda estamos descobrindo mais.
Ok, o que exatamente esses pré, pro e pós-bióticos podem fazer pela nossa pele?
Bem, se sua pele é sensível, potencialmente muito. De duas maneiras: Uma bactéria chamada Streptococcus thermophilus demonstrou ser capaz de aumentar a produção de ceramidas na pele, o que é muito útil para quem tem eczema ou sensibilidade. Em segundo lugar, uma nova pesquisa revelou que a Bifidobacterium longum aumenta a resistência da pele a agressores físicos (como calor, frio) e químicos. Se pudéssemos criar cremes com essas bactérias – ainda não há nenhum disponível –, mais pessoas poderiam obter os benefícios de ingredientes ativos poderosos, como os retinóides receitados, mas sem experimentar os efeitos colaterais ardentes e dolorosos.
E se estivermos lidando com uma condição inflamatória, como acne ou rosácea?
Existem algumas opções interessantes também. Um estudo demonstrou que o Lactobacillus paracasei inibe a substância P, um neuropeptídeo responsável pela inflamação e produção de óleo. Em um estudo em humanos, o Enterococcus faecalis reduziu a acne, em comparação com uma loção placebo, em 50%. O Lactobacillus plantarum é outro microorganismo que demonstrou minimizar a gravidade, o tamanho e a vermelhidão das manchas. O Streptococcus salivarius secreta uma substância inibitória do tipo bacteriocina, que mata a bactéria P da acne – que provoca a erupção.
Você publicou uma pesquisa sobre a conexão entre o intestino, o cérebro e a pele. Onde a mente entra em jogo aqui?
Qualquer coisa que o cérebro perceba como estressante ativa uma resposta de lutar ou fugir. A digestão fica mais lenta; o sangue é desviado para as extremidades. Quando isso acontece por longos períodos, temos um crescimento excessivo de bactérias nocivas no intestino delgado. Isso compromete o revestimento do intestino e ele começa a “vazar”, e as moléculas inflamatórias saem do intestino para o sangue. Esse chamado vazamento do intestino leva a uma inflamação em todo o sistema, que pode se manifestar na pele como acne, rosácea ou eczema.
Qual é a melhor coisa que podemos fazer para o perfil probiótico de nossa pele agora?
Tome um suplemento probiótico por via oral. Há fortes evidências de que algumas espécies de lactobacillus e bifidobacterium, bem como Bacillus coagulans, podem diminuir a inflamação do sistema que regula, desde artrite e doenças cardiovasculares até acne, rosácea e eczema. Eu sempre recomendo começar com suplementos entre 10 e 15 bilhões de unidades formadoras de colônias [UFCs], como Culturelle ou Genuine Health. Mesmo quando desenvolvemos cuidados com a pele por meio da probiótica que atue em problemas específicos, você ainda desejará cuidar do seu intestino com suplementos e modificações da dieta. Você nunca chegará à raiz do problema, a menos que você vá até lá primeiro.
Nem todos os probióticos para cuidados com a pele são um sucesso. Ao escolher uma fórmula, procure por dados publicados sobre os microorganismos (alguns dos favoritos de Bowe estão acima). Ou faça escolhas apoiadas pela ciência:
Fonte:Revista Glamour