Postado em segunda-feira, 8 de agosto de 2016
às 13:23
Alto preço da ração causa impacto no confinamento de gado
Engordar o gado confinado e deixar no ponto de abate está mais complicado de uns seis meses para cá.
Do FAEMG
Engordar o gado confinado e deixar no ponto de abate está mais complicado de uns seis meses para cá. Em uma propriedade em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o dono já diminuiu a quantidade de bois no confinamento. No ano passado eram 700 cabeças, hoje são 500. A dieta no cocho, à base de farelo de soja, milho e silagem está pesando no bolso do produtor.
"A alta do milho e do sorgo, é mais viável eu estar produzindo e vendendo, do que eu produzir e colocar no cocho pra transformar em carne", diz Décio Gonzaga, criador.
Em outra fazenda o criador foi além. Mesmo com um estoque de 3,5 mil toneladas de silagem para ração o pecuarista fez as contas e resolveu desistir da atividade.
“O boi hoje mais ou menos ele te consome de R$ 8,00 a R$ 8,50 por dia. Se você multiplicar por 30 dias ele vai te dar um custo de R$ 260, R$ 270 por mês. Porém o que ele engorda ele vai te gerar R$ 220 mais ou menos. Então é obvio que a conta não fecha”, conta o pecuarista Bruno Magalhães.
O número de animais confinados também caiu em Goiás.
O criador Júlio Beraldo montou uma estrutura para confinar mil cabeças de boi neste ano em Itaguari, mas entraram apenas 250 animais para a engorda. Ele já decidiu que o restante vai ficar no pasto mesmo. Com isso, o tempo de engorda deve passar de três para sete meses.
“Sai mais barato do que eu investir num processo que não estou vendo saída lá na frente. Não estou vendo lucro nenhum", diz o pecuarista Júlio César Beraldo.
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