Postado em segunda-feira, 20 de junho de 2016
às 08:58
Feijão é o vilão da vez
Essencial no prato mais tradicional da culinária brasileira, o feijão subiu mais de 30% nos primeiros meses deste ano e se tornou um peso no bolso dos consumidores
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mede a variação nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio e 41,62% em 12 meses. Outra pesquisa, da auditoria de varejo da GfK, que coleta preços em pequenos e médios supermercados em 21 cidades do país, o feijão subiu 28%. Na grande BH, o IBGE registrou aumento de 34,92% no preço do feijão-carioca ou rajado até maio, acima da média no Brasil. Em todos os casos, os reajustes superam em muito da inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com alta de 9,32% em 12 meses até maio.
O aumento foi motivado por problemas climáticos, decorrentes do fenômeno El Niño, que afetaram a safra do Rio Grande do Sul, maior produtor do país, e também prejudicaram as lavouras de Uruguai e Argentina. Em 2016, os produtores gaúchos colheram 7,4 milhões de toneladas, com uma redução de 16% em relação à safra do ano passado. O reajuste do feijão ficou bem acima da inflação nos últimos cinco meses, de 4,05%.
De acordo com a consultoria GfK, em maio o feijão foi o alimento que registrou maior alta entre os alimentos básicos. A dificuldade que existe é que o alimento é de largo consumo, sobretudo entre os mais pobres, e praticamente é insubstituível. Em média, cada família brasileira consome cerca de 3 quilos de feijão por mês.
Segundo levantamento do Ibrae (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses), entidade que representa a cadeia produtiva do grão, em algumas regiões o quilo do feijão chega a R$ 20 no varejo. O valor salgado do alimento típico brasileiro virou motivo de piadas e memes nas redes sociais. Entre os memes há o transporte de feijões em carro-forte, um só grão em um prato cheio de arroz e até mesmo afirmar que deixar o dente sujo com feijão após o almoço não é vergonha, mas ostentação.
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