Postado em domingo, 6 de março de 2016 às 10:10

Projeto Cão Terapia leva alegria a pacientes, idosos e crianças

O projeto voluntário reúne seis animais selecionados que leva alegria a diversas pessoas.


 Alessandro Emergente

Um projeto, idealizado por uma veterinária de Alfenas, tem levado alegria e um pouco de “conforto” a idosos, crianças e pacientes em tratamento contra doenças como o câncer. E o grande aliado para levar essa alegria as pessoas é o cão.

O projeto Cão Terapia é coordenado pela veterinária Cynthia Martins, que reuniu um grupo de voluntários. Esse grupo se reúne para levar os cães até pessoas que passam por momentos com dificuldades e até tristeza.

Os animais selecionados para o projeto passam por uma rigorosa avaliação da veterinária, que analisa desde o comportamento até as condições de saúde do cão. É preciso esse cuidado porque esses animais entram em contato com pessoas com baixa imunidade. Além disso, o temperamento dócil do animal é fundamental.

Atualmente, são seis cães no projeto, sendo cinco deles de clientes da veterinária. O sexto animal é uma cadela que vivia na rua e foi adotada pelo projeto, que começou no final de fevereiro, quando os voluntários visitaram o Azilo São Vicente de Paula e a Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).

Experiências

A utilização de cães em terapias tem aumentado. O Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (Ipq), por exemplo, tem adotado essa estratégia em tratamento com crianças autistas. “As pesquisas evidenciam que, muitas vezes, o animal acaba assumindo o papel de intermediário da relação da criança com outro ser humano”, diz a pediatra Marisol Sendin, que acompanha o trabalho com os animais, em entrevista ao site Brasileiros.com.

Uma das características mais importantes da interação dos cães, segundo os especialistas, é a ausência de expectativas. Ao contar uma história para o animal, por exemplo, a criança não sente a cobrança em relação à pronúncia correta, entonação ou fluidez de sua leitura, e consegue desenvolver suas habilidades com mais facilidade.

Tratamento antigo

Tratamentos assistidos por animais, ou TAAs, são antigos. Um dos registros mais antigos da técnica, segundo a revista Época, foi feito pela britânica Florence Nightingale, considerada a mãe da enfermagem moderna. Em 1860, Nightingale observou que aqueles pacientes que contavam com a companhia de pequenos animais domésticos manifestavam sensível melhora de saúde.

O campo ganhou fôlego científico a partir de 1961. Naquele ano, o psicólogo Boris Levinson defendeu, em uma palestra que ficaria famosa, os méritos dos bichos terapeutas. No Brasil, alguns dos trabalhos mais importantes foram publicados pela psiquiatra Nise da Silveira durante a década de 1990. No livro Gatos, a emoção de lidar, ela relata suas experiências com o uso de gatos no tratamento de pacientes com esquizofrenia. Além de gatos e cachorros, há terapias desenvolvidas com uma infinidade de animais – de cavalos a cobras.

Os efeitos das visitas são sentidos também nos cãezinhos. Um estudo desenvolvido por veterinários parceiros do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (Inataa), uma ONG paulista fundada em 2008, constatou que a frequência cardíaca dos animais salta quando em contato com as crianças. Por isso, as visitas tendem a ser curtas – duram entre 40 minutos e 1 hora. É importante não deixar os cachorros estressados demais.

Esterilização de cães e gatos

A veterinária de Alfenas também desenvolve um outro projeto voluntário. É o Projeto São Francisco de Assis, responsável pela esterilização de cães e gatos de famílias carentes. Em 2014, foram 246 animais atendidos.  

Porém, o projeto enfrenta dificuldades com o transporte dos animais desde que a prefeitura deixou de apoiar a iniciativa. Hoje, há dificuldade de encontrar voluntários que levem o animal até a clínica e de volta a residência após a cirurgia. Isso porque os animais são de famílias carente, que não têm automóveis normalmente.

O projeto Cão Terapia é uma extensão do Projeto São Francisco de Assis, que
foi iniciado em 2014 pela veterinária Cynthia Martins (Fotos: Divulgação/Facebook)



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