Postado em quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
às 02:45
Atualizada em quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
às 01:33
Familiares contestam versão de suicídio de mulher que morreu com 70% de queimadura
A versão de suicídio por uma mulher, que teve 70% do corpo queimado, está sendo contestada por familiares. Ela morreu nesta quarta-feira.
Da Redação
A versão de suicídio por uma mulher de 38 anos, que teve quase 70% do corpo queimado, está sendo contestada por seus familiares. A versão foi apresentada pelo namorado da vítima no final da noite de domingo, logo após Demair Cabral ser encaminhada em estado grave ao Hospital Universitário Alzira Velano (HUAV). O casal havia discutido pouco antes.
Na tarde desta quarta-feira, a vítima - que estava internada no HUAV - não resistiu e morreu. Na noite de terça-feira, a irmã de Demair, Anamir Cabral, disse à reportagem que o estado de saúde da vítima era gravíssimo. O HUAV tentou a transferência da paciente para para o Hospital João XXIII, especializado em queimaduras. Mas, segundo adiantou Anamir à reportagem, não haviam vagas disponíveis no hospital de Belo Horizonte.
Na noite de terça-feira, Anamir disse, por telefone, que sua irmã estava com água no pulmão e com os rins praticamente paralisados. A paciente, segundo a sua irmã, iniciaria sessões de hemodiálise nessa quarta-feira, mas no período da tarde ela não resistiu e faleceu.
Demair trabalhava como operadora de caixa em uma rede de supermercados de Alfenas e teve um filho de nove anos e uma jovem de 20 anos.
O caso
Por volta das 23h30 de domingo, a PM (Polícia Militar) foi acionada no bairro Santa Edwirges para atender uma ocorrência na qual a versão inicial era de que a vítima teria jogado álcool no próprio corpo e, em seguida, ateado fogo.
Segundo a PM, Reginaldo Nogueira da Silva, 33 anos, namorado de Demair há quase um ano, fugiu do local e só foi encontrado no bairro Santa Luzia após um rastreamento feito pelos policiais. O Corpo de Bombeiros, segundo a PM, foi acionado por vizinhos que viram as roupas da vítima em chamas.
As testemunhas disseram à Polícia que o casal havia consumido bebida alcoólica durante o dia e que, durante uma discussão, Demair teria gritado para Silva não colocar a mão nela, pois caso contrário ela atearia fogo no próprio corpo.
O rapaz confirmou ter ingerido bebida alcoólica com Demair e que houve uma discussão entre os dois. Sustentou a versão de que a mulher ateou fogo contra o próprio corpo e no braço dele, que chegou a ser atendido no HUAV. O homem chegou a ser preso, conduzido à Depol (Delegacia de Polícia) e liberado.
Contestação
A família de Demair contesta a versão de suicídio. Anamir Cabral disse que o relacionamento do casal foi marcado por um histórico de agressões, inclusive com registro de boletins de ocorrência (BO). O caso foi levado à Polícia Civil, que está investigando.
No Natal, Demair chegou a registrar um BO por uma suposta agressão sofrida, mas não levou o caso adiante e não fez a representação do boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. O rapaz teria a agredido com tapas e chutes após um desentendimento na casa de Demair, no Jardim Primavera. A discussão também teria surgido após o consumo de bebida alcoólica, segundo registro da PM na época.
histórico com supostas agressões (Foto: Reprodução/Facebook)
Anamir disse à reportagem do Alfenas Hoje que, após a confusão durante o Natal, um irmão das duas levou Demair para Poços de Caldas para que ela ficasse longe do namorado. Na página de Silva no Facebook, no dia 3 de janeiro, ele postou uma mensagem em que dizia ter perdido a mulher que mais o amou e que estava “tentando correr atrás do prejuízo”.
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