Postado em quarta-feira, 9 de outubro de 2013 às 19:47

Bancos apresentarão nova proposta para tentar encerrar greve

Em Alfenas, diferentes de anos anteriores, até os funcionários de bancos privados aderiram à paralisação.


Alessandro Emergente

A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) deve apresentar, nesta quinta-feira, uma nova proposta de reajuste salarial aos bancários na tentativa de colocar fim a greve, que ganhou força nos últimos dias. Em Alfenas, diferentes de anos anteriores, até os funcionários de bancos privados aderiram à paralisação.

A reunião entre representantes da Fenaban e dos bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) está agendada para iniciar às 10h desta quinta-feira, em São Paulo.

Marcelo Pizzo, um dos diretores do Seeb/Varginha (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Varginha e Região), acredita, pela sua experiência sindical, que a reunião deve se estender até o início da noite caso haja uma proposta de acordo. 

Fotos: Alessandro Emergente

Mais da metade das agências do país fechou as portas na terça-feira

Na sexta-feira, às 17h, está agendada uma assembleia em Varginha para definir a posição do movimento na região, o que dependerá da sinalização da Confrat-CUT.

A greve, iniciada há 21 dias nas capitais, cresceu no interior após a proposta da Fenaban na sexta-feira não agradar os trabalhadores do setor. Segundo a Contraf-CUT, a greve deixou 54,6% das agências do país fechadas na terça-feira, o que significou 11.748 agências apenas com a manutenção dos serviços de autoatendimento.

Piso salarial oferecido pelos bancos está muito abaixo da reivindicação

Em Alfenas, as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal fecharam as portas na última segunda-feira. A greve atingiu até mesmo algumas instituições privadas, segundo o sindicato da categoria. 

Impacto nas agências

Segundo Pizzo, como o movimento dos bancários está “muito forte” nas capitais, onde estão os centros administrativos e tecnológicos dos bancos, o sistema acaba ficando inviabilizado nas agências do interior. Com isso, alguns bancos privados não conseguem atender os clientes normalmente e acabam fechando as portas.

O sindicalista comentou que um dos bancos privados na região tentou esta semana manter o atendimento normalmente, mas teve que encerrar o expediente por não conseguir atender a demanda dos clientes. 

Negociações

A proposta de reajuste salarial apresentada pelos banqueiros foi de 7,1%, o que representaria – segundo Pizzo - menos de 1% de ganho real. Os bancários pedem um reajuste de 11,93% com ganho de cerca de 5%, descontado a inflação dos últimos 12 meses.

A proposta de definição de um piso para os bancários ficou bem abaixo da reivindicação. O aumento de 7,5% sobre o piso de R$ 1,5 mil é muito inferior aos R$ 2.860,00 pedidos com base em um levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) que aponta o valor para suprir todas as necessidades mínimas do trabalhador.

Desta vez, até bancários do setor privado aderiram a paralisação

Outros itens das reivindicações incluem o fim de metas abusivas e de assédio moral que, segundo o sindicato, adoece os bancários. “Os bancos admitem pessoas saudáveis e as entregam doentes”, comenta Pizzo.

O sindicalista lembra que o setor bancários é o que mais acumula lucro no país. O relatório do Banco Central, divulgado no final de setembro, classificou como “robusto” o lucro líquido do sistema bancário brasileiro no primeiro semestre. Segundo a Contraf-CUT, o ganho dos bancos chegou a R$ 60 bilhões.

A Fenaban afirma que o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos 7 anos e os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preço ao Consumidor) de 42%.

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