Postado em domingo, 11 de novembro de 2012 às 21:19

Secretaria de Educação resiste ao apelo de estudantes do EJA

A polêmica sobre o cancelamento do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Estadual Prefeito Ismael Brasil, de Alfenas, está longe de terminar.


Erick Vizoki

A polêmica sobre o cancelamento do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Estadual Prefeito Ismael Brasil, de Alfenas, está longe de terminar. O Governo do Estado de Minas, através da Secretaria de Estado de Educação, vem estudando um remanejamento dos alunos para outros estabelecimentos de ensino, mas ainda não definiu quais.

Os alunos participantes do programa vêm protestando contra a mudança de local. O movimento, encabeçado por um dos alunos, Marcos Aurélio de Souza, 47 anos, rechaça a mudança não somente por questões de acessibilidade, mas também por causa do mobiliário e da faixa etária de alunos de outros estabelecimentos, particularmente da Escola Estadual Dr. Emílio da Silveira, a mais provável opção para a transferência.

“Já protocolamos pedido para uso da Tribuna Livre na próxima sessão legislativa da Câmara Municipal (segunda-feira, dia 12) e iremos protestar e fazer um apelo aos vereadores para que nos apoiem”, afirmou à reportagem.

Fotos: Divulgação  

Unidade do EJA, que funciona na Escola Estadual Cel José Bento, será fechada e alunos serão tranferidos para outra unidade, na Escola Estadual Dr. Emílio da Silveira

O caso é que, apesar de a escola Prefeito Ismael ser a unidade titular do EJA, os estudantes têm aulas na Escola Estadual Coronel José Bento, que oferece maior comodidade aos alunos justamente por causa da facilidade de transporte e da faixa etária dos estudantes, além do mobiliário. A Cel. José Bento está localizada bem no centro de Alfenas, a menos de 100 metros do terminal de ônibus urbano.

A reportagem entrou em contato com a Superintendência Regional de Ensino de Varginha (SRE-Varginha) na semana passada, para saber o motivo dessa iniciativa do Governo e conversou, por telefone, com a diretora superintendente Agda Saraiva. Ela preferiu não se posicionar sobre o assunto, deixando para a Secretaria Estadual de Educação se pronunciar a respeito. 

 

João Bispo, 61 anos, não se incomoda com a mobília e não quer se afastar dos colegas de sala

Em nota à Redação, a Assessoria de Comunicação Social informou que “não existe a possibilidade de cancelamento no atendimento aos 329 alunos da EJA da Escola Estadual Prefeito Ismael Brasil Corrêa”.

“O que está em análise é o local para o atendimento desta demanda. A Secretaria considera importante buscar as melhores condições de aprendizagem para estes alunos, que incluem mobiliário adequado e fácil acesso”, informou.

Maria Auxiliadora, de 58 anos, trabalha em Gaspar Lopes e mora no bairro Jardim Primavera

Ainda de acordo com a assessoria, as propostas para o atendimento da EJA em 2013 estão sendo analisadas e ainda não há definição sobre a escola em que os alunos deverão dar continuidade aos seus estudos. 

Mobiliário

Entre outras alegações, a Secretaria cita o imobiliário da Cel. José Bento, que a pasta considera inadequada. Marcos Aurélio é também empresário do ramo de fabricação de móveis e afirma que o mobiliário é adequado aos alunos.

“Acho até confortável”, diz Maria Auxiliadora, de 58 anos, que frequenta as aulas na Cel. José Bento e depende do transporte público. Outro aluno, João Bispo, 61 anos, frequenta o curso há um ano e meio e não consegue se imaginar longe dos outros 41 colegas de classe. “Já me acostumei e fiz amizade com todos eles. A gente quer continuar lá. Vamos nos formar todos juntos”, comentou.

Reunião

Conforme informado no último dia 3, pelo Alfenas Hoje, o deputado estadual Pompilio Canavez (PT) reafirmou que irá interceder em favor dos alunos da EJA da Pref. Ismael Brasil Corrêa. “Já confirmei a reunião com a secretária estadual de Educação, Ana Lúcia Gazzola, para tentar demovê-la dessa ideia de tirar os alunos da Cel. José Bento”, declarou à reportagem. “E não só isso: precisamos discutir também a situação precária das escolas estaduais em Minas, que estão, na sua grande maioria, em péssimas condições”, concluiu.

A reportagem também questionou a assessoria de comunicação da Secretaria se existe a possibilidade de adequar a escola Cel. José Bento, se for o caso, para que os alunos não precisem sair de lá. Em resposta, os assessores informaram que “o processo de análise inclui a avaliação de todas as possibilidades”. Mas a hipótese da transferência ainda não foi descartada.



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