Previsão do Dnit é que hidrovia comece a operar em 2013

 Alessandro Emergente

A previsão do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) é que a hidrovia do Lago de Furnas esteja em plena atividade em 2013. A informação foi dada pelo coordenador de obras portuárias do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte), Paulo Roberto Godoi, durante uma audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em Alfenas, na manhã desta terça-feira.

Ausências

A audiência não contou com diversas autoridades que estavam previstas para integrarem a mesa de debates. Entre elas o ministro Alfredo Nascimento (Transporte), os diretores-gerais do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Fernando Brito Fialho. A Antaq não enviou nenhum representante.

O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, e o diretor-executivo da Usina Monte Alegre, Marcelo Barbosa, também não compareceram para integrarem a mesa de debate.

Cronograma do Dnit

Sem a presença da Antaq e do setor empresarial, a novidade ficou por conta do Dnit. Segundo o representante do órgão, o cronograma prevê para 2012 as “viagens experimentais” no Lago como forma de apresentar o empreendimento ao setor privado. Para 2012 está previsto também o processo licitatório para a escolha da empresa que irá explorar o serviço.

No entanto, para que o Dnit inicie a execução da hidrovia ainda é necessário que o diretor-geral do órgão, Luiz Pagot, assine um convênio com a Alago (Associação dos Municípios da Região do Lago de Furnas). A previsão, segundo o secretário-executivo da Alago, Fausto Costa, é que este convênio seja assinado até o final deste mês.

O convênio permite o início do estudo de viabilidade econômica e ambiental para implementação do projeto técnico, que ainda não está pronto. Há recursos previstos no orçamento da União para este ano, mas estes valores ainda não foram aplicados devido a não assinatura do convênio.

Eficiência

O representante do Dnit, único órgão federal representado, disse que a eficiência do transporte hidrográfico é “bem significativa”. Citou o transporte em algumas regiões do País como no Rio Madeira que chega a transportar 32 mil toneladas por embarcação.

Outro aspecto importante apresentado por Godoi é que haja uma integração entre os diferentes tipos de serviços de transporte. Para ele, é fundamental alcançar a qualidade do serviço para que haja a opção da sociedade e do setor produtivo pela hidrovia. Neste aspecto, lembrou, caberá a Antaq o acompanhamento.

Conflitos de Uso

O presidente da Associação de Usuários do Lago de Furnas, engenheiro Eduardo Engel, citou a sua preocupação com os “conflitos de uso” e, por isso, afirmou a importância de construir um projeto em que o desenvolvimento seja harmônico.

Fotos: Alessandro Emergente

A audiência pública foi realizada na Câmara Municipal de Alfenas

Para o prefeito de Alfenas, Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT), a audiência ajuda a acelerar o processo de implantação, buscando a colaboração da sociedade na construção do projeto. Criticou a “visão míope” de Furnas Centrais Elétricas que só visualiza a finalidade energética do Lago.

Segundo Luizinho, esta concepção de Furnas também era a preponderante antes do Governo Luiz Inácio Lula da Silva que iniciou um processo de abertura para exploração das potencialidades do Lago a partir do Diálogo de Concertação, em 2003. “O Lago de Furnas foi implantado com o objetivo regularizador para geração de energia”, citou.

A audiência foi realizada pela Comissão de Assuntos Municipais e de Regionalização da ALMG após um requerimento do deputado estadual Pompilio Canavez (PT), que presidiu a audiência pública.