Postado em domingo, 19 de dezembro de 2010
Novo presidente deve adotar postura mais centralizada nas decisões
O próximo presidente da Câmara, Vagner Morais (Guinho/PT), deve centralizar as decisões no comando da Casa.
Alessandro Emergente
O próximo presidente da Câmara, Vagner Morais (Guinho/PT), deve centralizar as decisões no comando da Casa. A afirmação é do próprio vereador, que assume a presidência a partir de 1º de janeiro e comandará o Legislativo pelos próximos dois anos, os últimos da legislatura.
Para o próximo presidente, “99% das decisões não são da Mesa e sim do presidente” e, por isso, diz que vai assumir a responsabilidade do cargo. “Às vezes tem presidente que usa a Mesa com medo de arcar com a responsabilidade”, declara Guinho, que tem na reestruturação do plano de carreira da Casa a primeira missão.
Guinho, eleito na última segunda-feira, é o único integrante novo na próxima Mesa Diretora. Com exceção da ausência do ainda vice-presidente Evanílson Pereira de Andrade (Ratinho/PHS), os outros três vereadores passarão apenas por mudanças de cargos.
Jairo Campos (Jairinho/PDT) deixará a presidência para ocupar a 1ª secretaria; Enéias Rezende (PRTB) passa a ser o vice-presidente, ao invés da 2ª Secretaria; Sander Simaglio deixa a 1ª secretaria para ser 2º secretário.
Apesar de ser o único novo nome na Mesa Diretora, Guinho ocupará o mais elevado cargo - o de presidente. Em entrevista concedida esta semana a este repórter, o líder do prefeito na Casa rebate a crítica de que o Legislativo pode torna-se um poder dependente do Executivo ao dizer que a Casa está a serviço da sociedade e fará, à frente da presidência, o que “for melhor para o povo”.
Na última sessão ordinária, o seu colega de Mesa Diretora, vereador Sander Simaglio (PV), chegou a citar a expressão “quintal da prefeitura” ao referir-se a aprovações de projetos. A expressão foi usada durante a polêmica sobre um projeto de lei que autorizava a instalação de aquecedor solar em residências de projetos habitacionais, apresentado por vereador da base governista.
Trajetória
Filiado desde 1987 ao PT, Guinho é um aliado histórico do atual prefeito Luiz Antônio da Silva (Luizinho/PT) de quem, inclusive, é cunhado. A proximidade o torna homem de confiança do prefeito na Câmara, tanto que ocupa a liderança do Governo na Câmara desde 2005, quando assumiu seu primeiro mandato, assim como na gestão de Pompilio Canavez (PT) na prefeitura, que se desligou para concorrer às eleições deste ano, sendo eleito deputado estadual por seu partido.
O futuro presidente da Câmara costuma deixar explicito a sua fidelidade ao projeto de governo do PT alfenense. Tanto que atribui a sua insistência em chegar a presidência da Câmara não como um projeto pessoal, mas sim para atender as necessidades políticas do partido.
A trajetória do parlamentar está estreitamente ligada a de Luizinho, tido como o líder petista. Em 1996, por exemplo, os dois estiveram juntos na luta pela ocupação de lotes no bairro Campos Elíseos, o que gerou a fundação do Movimento dos Sem Teto.
Guinho também foi presidente do Conselho Tutelar e participou da fundação da Associação de Moradores do Santa Luzia, além de ajudar na criação Associação de Moradores do Vila Promessa. Regiões da cidade onde Guinho tem hoje sua base eleitoral.
Antes de ser eleito e assumir uma cadeira na Câmara em 2005, Guinho chegou a disputar o cargo de vereador e, em 1996, ano em que o PT elegeu seus primeiros representantes na política alfenense, foi suplente com uma diferença de seis votos em relação ao segundo colocado da legenda, o ex-vereador Eliacim do Carmo Lourenço. Luizinho foi, na oportunidade, o mais votado e cumpriu seu primeiro mandato.
Polêmico
De declarações fortes e polêmicas, o novo presidente não costuma adotar o estilo “meias palavras”. Suas posições costumam gerar discussões e críticas de adversários. Já chegou a defender limitação no uso da Tribuna Livre, em determinadas ocasiões, ao sugerir que fosse restrita a apenas representantes de entidades constituídas.
Defende abertamente o uso mais elevado das diárias como instrumento necessário aos parlamentares no exercício do mandato. Diz que o vereador tem que ter condições de trabalho e, para isso, não pode ficar “mendigando” durante as viagens.
Como líder do governo, adotou um estilo mais agressivo contra os adversários em plenário. Com o tempo adquiriu experiência e, muitas vezes, é reconhecido como um político com certa “tarimba” entre os colegas de plenário.
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