Postado em sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
às 16:04
Atualizada em sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
às 18:02
Homem é condenado a mais de 26 anos de prisão por colocar fogo na companheira
O MP recorreu da decisão para que a Justiça aumente a pena pelo feminicídio que teve requintes de crueldade.
Alessandro Emergente
O tribunal do júri condenou a mais de 26 anos de prisão o réu Jefferson Aparecido de Oliveira, 38 anos, por feminicídio triplamente qualificado. Ele colocou fogo na companheira, o que provocou queimaduras em 70% do corpo da vítima. O crime foi, no bairro Vista Alegre (em Alfenas), em maio deste ano.
O julgamento foi na última terça-feira e o tribunal do júri, da Comarca de Alfenas, acatou as acusações do Ministério Público, condenando o réu a 26 anos de prisão. Outros seis meses foram acrescidos a pena devido a adulteração do local, o que caracterizou crime de fraude processual. O feminicídio foi na residência onde a vítima residia com os filhos (de 4 e 10 anos).
O júri reconheceu que o crime de feminicídio foi por motivo fútil, cruel e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A determinação é que a pena seja iniciada em regime fechado, negando ao condenado que recorresse da decisão em liberdade.
O Ministério Público recorreu da decisão para que Justiça aumente a pena do condenado. A informação foi confirmada à reportagem do Alfenas Hoje pelo promotor Frederico de Carvalho Araújo, da 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Alfenas.
A vítima tinha 34 anos e ficou 25 dias internada com 70% do corpo queimado. Ela chegou a ser transferida para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, unidade referência em casos de queimaduras.
A formalização da denúncia pelo crime de feminicídio foi feita pelo MP em junho. O documento aponta a dinâmica do crime em detalhes [Clique e leia]. A investigação apontou que Oliveira planejou o crime, indo até um posto de combustível para comprar um galão com gasolina.
O assassino surpreendeu a vítima, que estava deitada no quarto de sua casa, jogando gasolina e ateando fogo no corpo dela. Em seguida, deixou a ex-companheira em chamas e só retornou ao quarto momentos depois, quando ela já estava bastante debilitada, segundo a denúncia do MP.
As investigações apontaram que o acusado alterou o local do crime ao quebrar o vidro da porta que dá acesso a distribuição de luz e desarmou o disjuntor do quarto, onde a vítima foi incendiada. Ele ainda teria arrancado a lâmpada de sua posição original e danificado o teto de gesso. Em seguida, carbonizou parcialmente um carregador de celular, acoplado em um fio e em um “T”. No entanto, a tentativa de fraude foi comprovada pela perícia da Polícia Civil.
Jefferson Oliveira foi condenado a mais de 26 anos de prisão (Foto: Arquivo)
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