Postado em domingo, 19 de fevereiro de 2023 às 15:03

Especialista esclarece as práticas utilizadas para aplicação do novo golpe do Pix

André Ferraz, CEO da Incognia e expert em tecnologia de geolocalização, reforça a necessidade de ação das empresas para evitar novas vítimas desta prática fraudulenta.


 Desde seu lançamento, em 16 de novembro de 2020, o Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central do Brasil (BCB), é o meio de pagamento mais utilizado no país e aprovado por 85% da população bancarizada, segundo pesquisa Radar Febraban. Somente em dezembro de 2022, foram realizadas mais de 2,8 bilhões de transações com o Pix, que movimentaram um valor de mais de 1,2 trilhões de reais, conforme informações do BCB.

Com a popularidade do Pix também cresceram as tentativas de golpes envolvendo a ferramenta. O mais recente é popularmente chamado de "Novo Golpe do Pix". André Ferraz, CEO e cofundador da Incognia, empresa pioneira em identidade digital baseada em localização, explica que a nova prática fraudulenta combina o uso de engenharia social com a violação de dados bancários confidenciais para induzir usuários do Pix a realizarem transações para a conta de criminosos.

Veja como o golpe está sendo aplicado:

A princípio, o criminoso telefona a um cliente de serviços financeiros e afirma ser funcionário da instituição. Na sequência, informa que a conta daquele consumidor foi invadida e que transações foram feitas, movimentando valores. As transações alegadas são, na realidade, falsas mas, no momento, isso ainda não é de conhecimento da vítima;

Em seguida, o fraudador apresenta informações confidenciais da vítima, incluindo dados do histórico de transações, valores exatos de débitos automáticos, transferências via Pix, entre outros, com o objetivo de fazê-la acreditar que quem realizou a ligação é mesmo um funcionário do banco;

O objetivo é persuadir a vítima a transferir os mesmos valores citados no início da ligação para contas de laranjas. A justificativa fornecida é que o banco irá detectar a duplicidade das transações e cancelar tudo.


Diante dessa nova fraude, Ferraz compartilha orientações para identificar e se proteger contra a ação dos criminosos:

Não forneça informações pessoais, como senhas, números de conta, números de cartão de crédito, entre outros, a pessoas desconhecidas;

Se receber uma ligação suspeita, desconfie e não forneça informações ou realize transações financeiras. Bancos e instituições financeiras geralmente não solicitam informações confidenciais via telefone, tampouco a realização de transações via Pix para dar sequência em qualquer procedimento;

Preste atenção aos detalhes da ligação, como a qualidade da linha, a forma de falar do interlocutor, a velocidade de resposta e se eles sabem informações confidenciais sobre você, isso pode indicar fraude. Se possível, verifique o número da ligação e confronte com os números de canais oficiais de contato do seu banco;

Após receber uma ligação desse tipo, contate imediatamente seu banco e verifique se houve alguma atividade suspeita em sua conta;

Caso precise entrar em contato com o seu banco, use somente o número de telefone oficial da instituição.

Embora o Pix seja amplamente utilizado e tenha trazido inúmeros benefícios para os brasileiros, as técnicas de fraude utilizando pagamentos instantâneos tem se sofisticado e ainda há brechas de segurança que podem oferecer riscos aos consumidores legítimos. Dados divulgados pelo Banco Central mostram o registro de 739.145 indícios de crimes envolvendo o Pix de janeiro a junho de 2022, um crescimento de 2.818% em relação ao mesmo período do ano anterior.

"A cada dia que passa, os fraudadores estão mais habilidosos tanto na abordagem ao praticar engenharia social, quanto em recursos tecnológicos. Portanto, é dever das instituições financeiras o investimento e a implementação de medidas rigorosas de segurança, pois, além de manter sua credibilidade inabalável, garantem a melhor experiência possível para o usuário final. Em casos como o novo golpe do Pix, que envolve pagamentos e transferências, é importante que as pessoas tenham conhecimento sobre como acontecem esses golpes para estarem sempre alertas ao serem abordadas por supostos funcionários bancários", conclui Ferraz.

Ainda que as empresas bancárias tenham o dever de proteger as contas e as informações confidenciais de seus clientes, ainda é possível ver que as fragilidades nos sistemas de prevenção à fraude e segurança possibilitam o acesso a dados sensíveis por terceiros, facilitando que os golpistas estejam munidos para ludibriar os usuários legítimos. Ações de conscientização da população podem ser um aliado poderoso para a redução de fraudes, mas as instituições devem chegar sempre na frente na corrida para evitar novas vítimas.

 

Fonte: Incognia - Loures Consultoria



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