Postado em segunda-feira, 28 de junho de 2021
às 14:02
Esporte olímpico do Brasil viu poucos atletas surgirem nos últimos anos
Principais chances de medalha do Brasil são de esportes estreantes em Olimpíadas ou com atletas que já estavam entre os melhores do mundo na Rio 2016
Faltando exatamente um mês para as Olimpíadas, podemos dizer que o Brasil pode sim bater o recorde de medalhas histórico em Jogos Olímpicos, que é de 19, conquistado nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016. Mas isso só será possível por conta da inclusão dos novos esportes no programa, skate e surfe, e também por conta da geração de atletas preparada para as Olimpíadas do Rio. Poucos foram os atletas que "surgiram" neste ciclo olímpico e vão brigar pelo pódio em Tóquio.
No Termômetro Olímpico, que analisa as 40 principais chances de medalha do Brasil em Tóquio, dez nomes são do surfe ou skate, esportes que fazem sua estreia em Olimpíadas. Dos 30 restantes, só seis estão indo para a primeira edição das Olimpíadas: Beatriz Ferreira (campeã mundial de boxe), Alison dos Santos (top 5 do ranking mundial dos 400m com barreiras), Milena Titoneli (forte candidata no taekwondo), Ana Patricia/Rebecca(candidatas no vôlei de praia), Hebert Conceição (boxe) e Marlon Zanotelli (hipismo).
Ou seja, poucos foram os atletas que surgiram neste ciclo olímpico que passou. Beatriz Ferreira e Alison dos Santos são as grandes estrelas. A primeira, campeã mundial e líder do ranking, enquanto Alison vem melhorando suas marcas a cada competição. Milena Titoneli, do taekwondo, e Hebert Conceição, do boxe, foram ao pódio no Mundial de 2019 de suas modalidades, enquanto Ana Patrícia/Rebecca se mantém entre as melhores no vôlei de praia, mas estão longe do favoritismo. Por fim, Marlon Zanoteli, que é um atleta que surgiu em 2014, mas ficou fora das Olimpíadas do Rio.
A grande maioria das chances brasileiras é de velhos conhecidos do esporte nacional. No top 10 do Termômetro, por exemplo, estão Isaquias/Erlon, Martine/Kahena, Bruno Fratus, Ana Marcela e a seleção masculina de vôlei. Todos disputaram a Rio 2016 e, se não medalharam, chegaram com condições. Os outros top 10 são atletas do skate e surfe, modalidades novas no programa olímpico.
Se abrirmos para o top 20, nomes como Ágatha (prata na Rio 2016) e que joga com Duda atualmente no vôlei de praia, Arthur Nory, Fernando Reis, Mayra Aguiar, Arthur Zanetti e Maria Suelen. A maioria desses em seu terceiro ciclo olímpico, e todos presentes em 2016.
Se pegarmos as Olimpíadas do Rio como parâmetro. Das 19 medalhas conquistadas na época, os pódios de Martine Grael/Kahena Kunze (vela), Isaquias Queiroz/Erlon (canoagem, três medalhas), Felipe Wu (tiro), Bárbara/Ágatha (vôlei de praia), Arthur Nory (ginástica), Thiago Braz (atletismo) e Maicon Siqueira (taekwondo) estavam em sua primeira Olimpíada. Ou seja, quase metade dos pódios nacionais.
O esporte brasileiro viveu um ciclo olímpico bem complicado. Se, depois que um país sedia as Olimpíadas, já é comum a queda de investimento, o Brasil ainda se afundou em uma crise política e econômica, que culminou com o fim do Ministério do Esporte e o corte de 47% das verbas públicas para o esporte olímpico.
Ainda assim, a perspectiva é que, em Tóquio, o Brasil bata o recorde de medalhas e faça uma boa campanha. Mas já com um alerta ligado para Paris, em 2024.
FONTE: GE Globo
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