Postado em segunda-feira, 20 de julho de 2020

Fabricius: ferramenta do Google permite conhecer e traduzir hieróglifos

Tecnologia de machine learning é capaz de ensinar a escrita egípcia ao público leigo, além de agilizar o processo de tradução para estudiosos do Egito Antigo


 Em 15 de julho de 1799, soldados do exército de Napoleão Bonaparte encontraram a Pedra de Roseta, um pedaço de granito com inscrições que permitiram, pela primeira vez, desvendar os significados dos hieróglifos, escrita usada pela elite egípcia há 4 mil anos. Hoje, também dia 15 de julho, o Google anuncia o lançamento de Fabricius, uma nova ferramenta do Google Arts & Culture que permite a qualquer pessoa conhecer e explorar essa forma de escrita que fascina o mundo contemporâneo e revela histórias do Egito Antigo.

"Registros escritos do passado são uma das melhores maneiras de as pessoas entenderem como as pessoas viviam o seu dia a dia na Antiguidade", afirma Chance Coughenour, gerente de programa para o Google Arts & Culture, a GALILEU por e-mail. Para o especialista em arqueologia e patrimônio, esta é uma oportunidade de observar como, mesmo após milênios, compartilhamos elementos em comum com essa cultura. "É claro que a tecnologia mudou, mas alguns de seus [do Egito Antigo] conceitos de arte e cultura são bastante semelhantes à sociedade contemporânea."

Há três formas de explorar a ferramenta: em uma primeira fase, você pode "Conhecer" os antigos hieróglifos com uma breve apresentação informativa em seis passos simples. Depois, Fabricius o convida a “Brincar” de traduzir as próprias palavras e recados para essa linguagem, podendo compartilhar as mensagens com amigos e parentes.

Por fim, além de apresentar essa cultura ao público leigo, a ferramenta também abre novas portas para a pesquisa acadêmica. Isso porque o processo de tradução desses caracteres quase não evoluiu com o passar do tempo. "Desde o início, a decodificação e tradução de hieróglifos tem sido um processo longo e manual, e ainda mais difícil devido a inscrições danificadas desgastadas pelo tempo", explica Coughenour. "Fabricius é uma ferramenta que usa machine learning e pode ajudar a acelerar esse processo e preservar esse tesouro, agrupando, catalogando e compreendendo hieróglifos antigos."


Tecnologia a serviço da História

Fabricius é a primeira ferramenta digital para o estudo de hieróglifos lançada em esquema open source. "Inovamos em conjunto com o setor cultural para criar experiências culturais que permitem às pessoas interagir com arte e cultura de maneiras novas e inesperadas", diz Coughenour. "Outro ponto importante é que o experimento ajuda a aumentar conscientização sobre a importância de preservar a história, o patrimônio e a linguagem dessa incrível civilização."

A ferramenta usa a AutoML Vision (tecnologia do Google Cloud) para decodificar os caracteres a partir do aprendizado de máquina, método que economiza tempo e recursos no processo de tradução. Fabricius foi criada em parceria com o Centro Australiano de Egiptologia da Universidade Macquarie, na Austrália, a empresa britânica de produtos digitais Psycle Interactive e egiptologistas de diversos países.

A plataforma está disponível em inglês e árabe e foi batizada em homenagem a Georg Fabricius, arqueólogo alemão reconhecido por ser "pai" da epigrafia, o estudo de inscrições (ou epígrafes) antigas.

Pelo Google Arts & Culture, também é possível conhecer outras riquezas da cultura egípcia, como o rei Tutancâmon, as Pirâmides de Gizé e o Livro dos Mortos. Recursos sobre o tema também foram criados para serem usados nas escolas com o Google Sala de Aula.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Galileu



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