Postado em 18 de agosto de 2021

Ensinar é uma Vocação

Autor(a): Roberto Camilo Órfão Morais

 O professor Luiz Alves Jr. em sua trilogia sobre a Educação, apresenta como título do segundo volume, “Ensinar é uma Vocação”. Durante a leitura do livro nos deparamos com relevantes temas, como Os desafios da Educação Pós-Pandemia, Revolução Tecnológica no processo de aprendizagem, Brincadeiras no processo formativo, O papel da escola diante do Bullying, As dificuldades dos discentes neste retorno as aulas, muitos outros.

Conheci o Luiz Alves Jr. em seu trabalho de repórter, na Folha Machadense, elaborando matérias de cunho investigativo, que provocava debates, polêmicas, que rompia a monotonia de muitas vidas ociosas no interior das Minas Gerais.

Quando chegou em minhas mãos o livro” Olá Meu Bem!” em 2009, de Luiz Alves, notei uma transição entre aquele que contava como era o dia (Jornalista) para alguém que desejava transformar a realidade, em uma perspectiva humanista e Libertadora. Penso que nascia naquele momento o professor Luiz, pois ao escrever sobre a triste realidade da violência em que são submetidas crianças, mulheres, meu amigo ouviu sua voz interior, sua Vocação de Educador. O amor a Educação, emergido nesse itinerário de Luiz Alves Jr. é apresentado de forma madura e lucida no livro Ensinar é uma Vocação, que tive a honra de prefaciar.

A leitura do livro, suscitou em mim algumas reflexões, diante de tantas incertezas que estamos vivendo no meio educacional. Considerando que durante toda essa crise pandêmica, não ocorreu uma diretriz nacional para todas as escolas, tarefa que deveria ter sido realizada pelo Mistério da Educação. Recentemente pela TV, o atual Ministro convocou os professores para o retorno as aulas, como se essa fosse uma decisão a ser tomada única e exclusivamente pelos profissionais da educação, sem considerar outras variáveis, como por exemplo a ausência de diretrizes do próprio Governo Federal na gestão da crise pandêmica.

É evidente que a ausência das aulas presenciais, causaram e estão causando enormes prejuízos no ensino e aprendizagem de nossas crianças, adolescentes, jovens e adultos. Como também é evidente que se o atual governo tivesse uma gestão propositiva, em sintonia com a ciência, com respeito à vida, esse prejuízo teria sido menor, como também teria sido menor o número de mortes de tantos brasileiros.

Com o retorno as aulas presencias, faz necessário afirmar que a educação não é tarefa exclusiva da escola. Como afirma o professor Mário Sergio Cortella “Escola é uma das formas de educação” e explica que “a educação é um tempo muito mais amplo dentro da nossa existência”.

Educação acontece em diferentes instituições, no dia a dia de nossas vidas, onde todos nós somos chamados a responsabilidade de educar. A educação ocorre no saber conviver com o diferente para se combater o antagônico, sendo que o antagônico de uma nação é a barbárie. Na expressão profética do Papa Francisco é uma “Cultura do Descarte”, de desrespeito a vida em sua dignidade plena.


** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Alfenas Hoje

Roberto Camilo Órfão Morais
Professor
Professor de Ciências Humanas do Instituto Federal Sul de Minas - Campus Machado.



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