Postado em quinta-feira, 14 de março de 2013
Ambientalista realiza panfletagem em apoio às Forças Armadas na fronteira
Erick Vizoki
O ambientalista Itamar Silva realizou, na tarde de quarta-feira (13), em frente ao supermercado Unissul, no centro de Alfenas, nova panfletagem em defesa dos soldados que guardam a fronteira amazônica do lado brasileiro, desta vez focado em informar os civis sobre o problema. Ele encabeça, sozinho, o movimento "Recruta a Zero" e, na manhã do dia 9 passado (sábado), realizou o primeiro ato em favor dos soldados em frente ao Tiro de Guerra de Alfenas.
“Existem cerca de 100 mil Ongs, inclusive estrangeiras, e dezenas de instituições governamentais na região amazônica com a finalidade de preservá-la e, no entanto, a degradação e os crimes ambientais continuam”, explicou, justificando o motivo de encabeçar o movimento por conta própria, como “cidadão brasileiro”.
O ambientalista ressalta que a situação de “penúria” em que se encontram as tropas na fronteira amazônica interessa a toda a nação, e não apenas aos jovens que se alistam nas Forças Armadas. Em sua página no Facebook, Recruta AZero, ele diz que “antes de pensar em salvar a floresta amazônica da biopirataria, desmatamentos ilegais e das queimadas, temos que salvar as Forças Armadas brasileiras da falência”.
Fotos: Alessandro Emergente
Além do sucateamento das bases militares instaladas na região, Silva afirma que é também preocupante a questão ambiental. “Para a preservação da Amazônia, acredito que as Forças Armadas ainda são a única instituição confiável no País, pelo menos por enquanto”, dispara.
O manifestante conta que esteve na região amazônica pela primeira vez há cerca de quatro anos e o que viu por lá o deixou “perplexo”. Segundo ele, a situação já era a mesma naquela época e nada mudou desde então.
Ele relaciona, no folheto que está distribuindo para militares e civis, problemas como desmatamentos ilegais, biopirataria, queimadas, exploração ilegal de terras indígenas, entre outros problemas, incluindo o tráfico de drogas e armas, que tem reflexo direto em todo o resto do País.
Indefesos
O portal de notícias G1 realizou uma série de reportagens a respeito. De acordo com o site, pelo menos dois generais de alta cúpula, que passaram recentemente pra a reserva, afirmaram que o Brasil não tem condições de reagir a uma guerra. Na matéria publicada pelo G1, o general Maynard Marques de Santa Rosa afirma que “possuímos munição para menos de uma hora de combate”.
“Como entender o fato de dois países miseráveis, como Bolívia e Peru, conseguirem colocar potências como Brasil, México e Estados Unidos de joelhos diante da guerra contra as drogas”, questiona o criador do movimento Recruta A Zero.
Tal situação preocupa os jovens que estão se alistando e outros que pretendem iniciar a carreira militar. Bianca Marques, de 15 anos, diz que pretende ingressar na aeronáutica e até já fez a inscrição. Ela namora há sete meses com Felipe Pereira, 19, que começou a servir no Tiro de Guerra este ano. “Está sendo muito bom, ele mudou muito, está mais maduro, tem mais cabeça”, comemora. Mas ressalta: “Eu não gostaria que ele passasse por essa situação em caso de alguma convocação, nem eu”.
Itamar Silva deverá realizar nova panfletagem no próximo dia 16 (sábado), desta vez em frente à sede do tiro de Guerra em Poços de Caldas.
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