Postado em quinta-feira, 16 de agosto de 2018 às 10:51

Mais de 80 cidades mineiras estão em situação de emergência por causa da estiagem

Nove municípios estão enfrentando racionamento de água, diz Copasa. Ambientalistas alertam que escassez é inevitável se não houver investimentos em conservação das bacias....


 Em Minas Gerais, 85 cidades decretaram situação de emergência por causa da seca prolongada que atinge as regiões Norte e Nordeste do estado, além dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, de acordo com a Defesa Civil Estadual. Nove municípios foram obrigados a implementar rodízios de abastecimento de água.

“O longo período de estiagem dos últimos anos e a diminuição do nível das captações superficiais nos mananciais têm prejudicado o abastecimento de água nas cidades de Águas Vermelhas, Arcos, Campos Gerais, Capitão Enéas, Divisa Alegre, Montes Claros, Pai Pedro, Pedra Azul e Sardoá”, disse em nota a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa).

Além do rodízio, os moradores precisam contar com caminhões-pipa, reativação e perfuração de poços, além de intervenções nas redes de distribuição.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o calor e o tempo firme devem continuar nestas regiões. A temperatura pode chegar a 37ºC nesta quinta-feira (16). Não há previsão de chuva nos próximos dias.

Grande BH


O reservatório Serra Azul faz parte do Sistema Paraopeba que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte. (Foto: Reprodução/ TV Globo)



Já os reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Belo Horizonte estão com níveis considerados satisfatórios pela Copasa.

Nesta quarta-feira (15), o Sistema Paraopeba operava com 69,9% de sua capacidade. O Rio Manso estava com 84,2%, o Vargem das Flores estava com 69,2% e o Serra Azul tinha 46,1% de sua totalidade. Estes reservatórios abastecem 49 municípios, atendendo cerca de 4,8 milhões de habitantes.

De acordo com a Copasa, se não fosse pela obra que possibilitou a operação no Rio Paraopeba, realizada em 2015 e que custou R$ 128,5 milhões, o abastecimento da Grande BH entraria em colapso.


Nível dos reservatórios do sistema que abastece a Região Metropolitana de Belo horizonte (Foto: Copasa/Divulgação).

Porém, para o gerente do projeto “Coalizão Cidades pela Água”, realizado pela ONG The Nature Conservancy Brasil (TNC), Ricardo Galeno, a criação desta infraestrutura não é suficiente para garantir o abastecimento a longo prazo.

“Estas obras desafogaram um pouco o sistema no período de chuva e fez com que houvesse uma maior economia nos reservatórios. Porém, é fundamental que seja realizado um investimento baseado na natureza e no manejo de solo. Restauração, conservação e boas práticas de solo”, disse ele.

O projeto Coalizão Cidades pela Água conta com o apoio da iniciativa privada para promover ações de preservação de nascentes e rios em áreas críticas para a produção de água.

“Nós percebemos que o investimento verde de $2 por pessoa já é suficiente para a recuperação das bacias. A dificuldade é como fazer esse entendimento da necessidade de apoio de todos os setores da sociedade se maximize. As bacias do Rio das Velhas e do Paraopeba, fundamentais para o abastecimento da Grande BH, ainda sofrem com lançamento de esgotos domésticos e com o desgaste provocado pela atividade minerária”, explicou Galeno.

De acordo com o TNC, no fim de 2017, Minas Gerais tinha cerca de 1,8 milhão de pessoas sofrendo com a escassez de fornecimento de água, 266 municípios estavam em situação de emergência e 41 cidades sofriam com o racionamento.

“Nos últimos anos o estado vem sofrendo com a falta de chuva. 2017 foi ano que ficou bem abaixo das médias históricas de precipitação e este ano não vai ser diferente. Há uma boa capacidade retida nos reservatórios, mas ainda temos um consumo muito alto. Se não nos prepararmos agora com medidas de conservação esta conta, em breve, não vai fechar. Vai faltar água sim”, alertou o gerente do projeto.




Fonte:G1 Minas



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