Postado em sexta-feira, 20 de julho de 2018 às 10:16

Genu Varo e Genu Valgo na Infância e na Adolescência

O Genu Varo (pernas arqueadas) assim como o Genu Valgo (pernas em tesoura) são alterações frequentes no desenvolvimento dos membros inferiores das crianças...


 Perguntas e respostas sobre as “pernas arqueadas” ( Genu Varo ) e “joelhos em tesoura” ( Genu Valgo )

1- COMO É O DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS INFERIORES DA CRIANÇA, DO NASCIMENTO AOS 8 ANOS?

Toda criança nasce com as chamadas pernas arqueadas – genu varo – e a medida que vão crescendo esta deformidade vai diminuindo. Quando a criança inicia a marcha de forma precoce ou apresenta uma obesidade, a deformidade pode se tornar um pouco mais acentuada. De forma natural e espontânea esta deformidade irá se corrigir nos próximos meses, se tornando normal por volta dos dois anos em média. A partir dos dois anos existe uma tendência da defomidade se iverter, e se tornar o chamado joelho em tesoura – genu valgo – que também ocorre de forma fisiológica, e também se corrigirá de forma natural e progressiva. O período de maior itensidade ocorre entre os dois anos e meio até os quatro anos, em média.


fig 1: Demonstra que a deformidade em varo é mais acentuada ao nascimento e que se inverte ao redor dos dois anos, e se torna normal por volta dos 8 anos.
2- É NECESSÁRIO ALGUM TRATAMENTO DURANTE ESTE PERÍODO?

Com foi dito essas deformidades são fisiológicas, e apesar de não ocorrerem em todas as crianças vão se corrigir de forma natural e espontânea. Não existe a comprovação científica que palmilhas, botas ou órteses alteram a evolução natural destas deformidades ditas de fisiológicas.


fig 2: A primeira imagem coresponde a rotação interna dos membros inferiores, que também é bem comum de ser vista na primeira infância, a segunda corresponde ao genu varo e a terceira ao genu valgo.


3- QUANDO É NECESSÁRIO UMA AVALIAÇÃO EM RAZÃO DESTAS DEFORMIDADES?

A avaliação ortopédica passa a ser necessária quando a criança ultrapassa estes limites pré estabelecidos de normalidade. Como exemplo, aquela criança que chega aos 30 meses ainda com um acentuado arqueamento das pernas deve ter um diagnóstico diferencial com outras patologias, que também podem ocorrer nessa faixa etária e que não correspondem a um genu varo fisiológico.Da mesma forma naquelas crianças que ultrapassam aos oito anos e ainda possuem um genu valgo acentuado, necessitarão de um acompanhamento mais de perto de um especialista.É claro que as idades não são fixas, e podem variar de criança para criança.



fig 3: Genu valgo fisiológico normal.


4- QUAL O DIAGNÓSTICO MAIS COMUM NAS PERNAS ARQUEADAS DITAS NÃO FISIOLÓGICAS?
No passado não muito distante era muito comum as deformidades por carência de cálcio – chamado Raquitismo carencial. Entretanto nos dias atuais ja não mais tão freqüentes.Normalmente devemos afastar uma patologia chamada Doença de Blount. Este problema acomete a placa de crescimento interna da tibia levando a uma importante deformidade em varo, onde normalmente o tratamento cirúrgico se impôem.


fig 4: Acentuada deformidade em varo das pernas provocada pela Doença de Blount.


5- ATÉ QUANTO O VALGO DO JOELHO É NORMAL?


Após os 8 anos existe uma tendência que o menino tenha as pernas neutras ou retas a um ligeiro varo ou levemente arqueadas. As meninas tendem a ter os joelhos em leve valgo, que é normal até os 7 a 8 graus.Deformidades em valgo acima dos 10 graus são consideradas patológicas e devem ser tratadas.Esta deformidade a longo prazo além de ser anti-estética vai levar a uma sobrecarga ao nível do chamado compartimento lateral do joelho, podendo levar futuramente a uma osteoartrose.


fig 5: Acentuada deformidade em valgo dos joelhos.

6- O QUE DEVE SER FEITO ENTÃO APÓS ESTA IDADE?
Após os 8 anos a chance de ocorrer uma correção espontânea é mínima e assim o tratamento cirúrgico é o mais indicado.O uso de órteses corretivas não trazem uma melhora significativa a estas deformidades.A opção cirúrgica mais indicada é a chamada hemiepifisiodese. Neste procedimento é relizada de forma temporária a parada de crescimento do lado deformado, sendo que após a regularização do quadro a cirurgia é revertida com a retirada do material que provoca a hemiepifisiodese.



fig 6: Hemiepifisiodese bilateral tratada com uma placa em formato de 8.


Fonte:Ortopediabr



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