Postado em quinta-feira, 5 de julho de 2018 às 10:21

Fatores que podem atrapalhar na produção de leite (e como combatê-los)

Nos primeiros dias após o parto (em média 2 a 5 dias), a descida do leite ocorre independente do estímulo de sucção...


 Existem alguns fatores que podem afetar a produção de leite, e saber como evitá-los é um grande passo para impedir que isso ocorra!
Ansiedade, estresse, sobrecarga física e emocional, depressão pós-parto, cobrança, dor…que mãe não padece nos primeiros dias?
Os fatores relacionados à diminuição da produção de leite estão relacionados ao bebê, à mãe e a fatores externos.


Como a produção de leite funciona?

Saber como funciona o mecanismo de produção de leite pelo nosso corpo é o primeiro passo para impedir que a produção de leite diminua. Nos primeiros dias após o parto (em média 2 a 5 dias), a descida do leite ocorre independente do estímulo de sucção, devido à queda da progesterona e aumento da prolactina.

No entanto, após esse período, a produção de leite é regulada através do esvaziamento da mama, num mecanismo perfeito. Isso significa que quanto mais o bebê mamar, mais leite irá produzir! O corpo da mulher “entende”o esvaziamento da mama como um “aviso”de que precisa produzir mais leite!

Ansiedade, desconforto, dor e estresse
Que mãe que não passa por isso? Dor para amamentar, privação de sono, cobranças, falta de apoio…Todos esses fatores juntos acabam por inibir a produção de ocitocina, hormônio responsável pela ejeção do leite, prejudicando a amamentação. Além disso o próprio estresse pode levar à diminuição da produção de leite.

Por isso o apoio do companheiro, família e muitas vezes auxílio e orientação e apoio um profissional de saúde é fundamental. O binômio mãe bebê é muito forte, mamãe está bem, bebê está bem também! Procure livrar-se de preocupações além do cuidado com o seu beb6e, na medida do possível, e desfrute um tempo gostoso com ele! Peça ajuda e delegue coisas se for preciso!

Pega e posição incorretas
Apesar de muitas vezes as mamães não imaginarem, a pega é um fator chave no que diz respeito à produção de leite! Ela tem um papel fundamental na condução do leite do peito da mãe até a boca do bebê, uma vez que uma boa pega favorece o esvaziamento da mama. Portanto, uma boa avaliação da pega é fundamental.

Porém, de nada adianta uma boa pega, ou até mesmo a posição correta se não existe o conforto. O ato de amamentar deve ser feito em um lugar agradável, tranquilo e muito confortável. Verifique sempre se existem apoios adequados para os braços e pés e se a posição em que você se encontra permite que seus ombros estejam relaxados. Lembre-se: você fará isso por horas durante todo o dia. Se mãe e bebê estão confortáveis, a ejeção do leite acontece e o bebê mama melhor.

Ingurgitamento mamário

Muitas mães acreditam que mamas ingurgitadas são bom sinal, mas a verdade é que não são! O leite materno contém peptídeos chamado inibidores de feedback da lactação (FIL, em inglês) que inibem a produção de leite. No momento em que a mama é esvaziada, esse peptídeo é eliminado e ocorre o estímulo da produção de leite.

Vale ressaltar que este é um controle local para cada uma das mamas e é exatamente por isso que, quando o bebê mama mais de um lado do que do outro, pode começar a haver uma diferenciação no tamanho das mamas (o lado em que o bebê mama mais fica maior!). Outro mecanismo local da produção de leite e o receptor da prolactina que se encontra no alvéolo. Se a mama está muito cheia, a prolactina não consegue se ligar ao receptor, o que acaba por inibir sua produção.

Como tratar?
A livre demanda neste caso é fundamental! Garanta o esvaziamento da mama, em primeiro lugar, pelo bebê. Essa é a melhor forma de prevenir e tratar o ingurgitamento mamário. Pode acontecer de mesmo assim a mama ficar muito endurecida e o bebê ficar com dificuldade de pegar…neste caso, faça a massagem e ordenha do leite, para amaciar a mama e a aréola e então coloque o bebê para mamar.

Para ajudar nesse processo, você pode usar compressas quentes (cuidado para não queimar a pele!) antes da massagem e ordenha, e compressas frias após as mamadas.

Dor para amamentar
Outro tema muito importante é o tema da dor durante a amamentação. Nos primeiros dias, é muito frequente que os mamilos fiquem rachados, fissurados e isso seja responsável por causar muita dor. A dor é o primeiro sinal de que algo pode não estar correto, como a pega e posição do bebê, ou o bebê tenha alguma alteração anatômica que dificulte a mamada, como o frênulo da língua curto.

Ela pode levar à dificuldade para amamentar e ao ingurgitamento, resultando na queda da produção do leite. Se a dor persistir procure ajuda de um especialista.

Privação de sono

Bom, isso nem precisa ser dito, não é mesmo? Que mãe que não sofre disso? Sei que nos primeiros dias é bem difícil regular os horários, amamentação, sonecas, banho, visitas, cólicas, ansiedade, estresse…mas vale a máxima: durma quando seu bebê dorme, descanse quando ele estiver descansando! A produção de leite pode ser altamente afetada pela privação de sono.

O pico de prolactina ocorre na madrugada, período essencial para aumentar a produção de leite e renovar as energias! Que tal uma boa massagem, um banho relaxante, um cochilo no fim de tarde? Aprenda algumas técnicas de relaxamento, tenha um ritual de sono e use – os! Esqueça um pouco os milhares de afazeres que você “precisa” resolver e descanse.

Você já se alimentou hoje?

Por fim, mas não menos importante, para uma boa produção de leite, a alimentação é fundamental! Às vezes queremos tantas dicas “quentes” para aumentar a produção de leite, ervas, remédios naturais, alimentos que ajudam na produção de leite que esquecemos o básico: comer. Sei que esse é um item muito falho para as mamães, e não é por falta de saber. Muitas mães, principalmente no período pós-parto simplesmente “esquecem” de comer (sim, são muitas e muitas coisas para serem observadas, mas lembrem-se sempre que a alimentação é a base de tudo)!

Como não dá para viver só de pão e água, nem de macarrão instantâneo, é fundamental uma alimentação correta! Se tiver ajuda, ótimo, mas muitas vezes os avós moram longe e não dá para contar com alguém. Nesse caso, uma forte recomendação é você fazer um pequeno estoque de comida no seu congelador, se possível para um mês! Lembrem-se sempre: Para alimentar outro ser que depende exclusivamente de você, é fundamental que você coma! Escolha refeições leves, rápidas e saudáveis. E lembre-se de beber bastante água.

O mais importante disso tudo é informe-se, empodere-se, procure ajuda se estiver com dificuldades, peça socorro! Acima de tudo você não está sozinha.






Fonte: pediatriadescomplicada



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