Postado em quarta-feira, 6 de dezembro de 2017 às 09:09

CNA prevê queda de 2% do PIB agrícola neste ano e estima alta de 0,5% em 2018

Segundo entidade, agroindústria de carnes e laticínios influenciou negativamente PIB do setor neste ano. Para 2018, preocupação é com impacto no dólar da campanha eleitoral...


Confederação Nacional da Agricultura (CNA) divulgou nesta terça-feira (5) previsão de queda de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio neste ano. Mas estimou, para o ano que vem, um crescimento de 0,5%.

Em 2017, a previsão de crescimento da safra agrícola é de 11% sobre o ano passado, de acordo com a entidade. Porém, o PIB agrícola deve recuar devido ao desempenho da agroindústria de carnes e laticínios e dos setores de agrosserviços e de insumos, segundo a estimativa da entidade.

A produção agrícola, avaliou a CNI, tem ajudado na queda da inflação deste ano, que acumula alta de 2,2%, a menor para o período desde 1998.

O grupo "alimentação e bebidas", que tem o maior peso entre os produtos analisados na composição do IPCA, o índice oficial de inflação, foi o que mais ajudou na queda dos preços, de acordo com a entidade.

"O grande diferencial deste ano foi a inflação. A agropecuária como um todo foi extrememante responsável por reduzir drasticamente a inflação deste ano. Grande parte foi atrelada aos preços dos alimentos. Mais uma vez o setor ajudou o Brasil a sair dessa crise", declarou Bruno Lucchi, superintendente técnico da CNA.

A alta na produção agrícola neste ano, porém, resultou em preços menores dos produtos, o que deverá gerar uma queda de 2,3% no faturamento do setor em 2017 (para R$ 537,8 bilhões), estimou a entidade.

De acordo com a CNA, o preço do milho "despencou" 32%, a soja sofreu retração de 16%. No ramo pecuário, a queda do preço do frango foi de 11% e da carne bovina foi de quase 10%.

 

 

Previsão para 2018

Para o próximo ano, a entidade avalia que a produção mundial de grãos deverá recuar devido aos altos estoques, o que pode criar "condições positivas" para os preços agropecuários no Brasil.

A previsão da entidade é de um crescimento do PIB agrícola de 0,5% a 1% em 2018, com alta também no faturamento do setor, da ordem de 5,4%, para um valor próximo de R$ 560 bilhões.

A estimativa de alta do PIB agrícola e do faturamento do setor acontece apesar da previsão de uma queda na safra agrícola.
Porém, os impactos das eleições presidenciais na taxa de câmbio são uma fonte de preocupação para o setor.

"Isso [eleições] afeta o câmbio, que afeta a rentabilidade dos commodities [produtos com cotação internacional, como grãos], produtos exportados, e insumo comprados para a próxima safra. Isso preocupa o setor", declarou Bruno Lucchi, da CNA.

A entidade avaliou também que a aprovação das reformas estruturais são "essenciais" para a economia.

"Por ser um ano de eleições, esperamos que o Congresso e o Executivo não percam o foco das reformas necessárias para a estruturação da economia. Caso isso ocorra, haverá uma melhora significativa da relação dívida/PIB e também uma retomada da confiança econômica", concluiu.

Operação Carne Fraca

Segundo o o presidente da CNA, João Martins, a operação Carne Fraca, que investigou supostas irregularidades no controle sanitário da carne brasileira, foi um "baque muito grande para o país".

"Se não tivéssemos eficiência do Ministério da Agricultura e dos frigoríficos para que mostrássemos ao mundo rapidamente que temos um bom controle sanitário, com certeza estaríamos hoje na lona", declarou.

Apesar da rápida resposta à Operação Carne Fraca, ele disse que o Brasil não acompanhou a evolução agropecuária na logística e também na defesa sanitária.

"Agora estão fazendo mudanças profundas dentro do Ministério [da Agricultura]. Até há pouco tempos atrás tínhamos um Ministério da Agricultura de 40, 50 anos atrás. A concorrência saiu do que era antigamente, do impeditivo econômico, e as barreiras passaram a ser as barreiras sanitárias", disse ele.

Para o presidente da CNA, ainda é preciso "melhorar muito". "A defesa sanitária do Brasil precisa ser extremamente eficiente e dar exemplo para o mundo de que aqui não só produzimos com qualidade, mas também com defesa sanitária", concluiu.    

 

 

Fonte:G1 AGRO



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