Após 17 anos, Fábio relembra e tira lição de título de 2000: "Não desistir jamais"

Dia 9 de julho de 2000, Mineirão. Cruzeiro e São Paulo entravam em campo para a finalíssima da Copa do Brasil, após empatarem por 0 a 0 no jogo de ida, na capital paulista. Em campo, estrelas da época como Sorín, Ricardinho, Raí, Rogério Ceni e companhia. No banco do Cruzeiro, o jovem goleiro Fábio, na época emprestado ao clube mineiro e reserva do titular André. De lá, do banco, ele viu o Tricolor sair na frente, e a Raposa virar nos minutos finais, com gols de Fábio Santos e Geovanni, ficando com o título. Mais de 17 anos depois, o cenário é outro, mas aquela final ainda repercute na cabeça de Fábio.

Hoje, é ele o titular absoluto, dono da meta celeste há mais de 10 anos. Experiente, aos 36 anos, o goleiro lembra com carinho da conquista de 2000.

- Comecei muito bem naquele ano de 2000. Com a conquista da Copa do Brasil, aprendi muito. Não tive a oportunidade de jogar, era o segundo goleiro, reserva do André. Convivi com grandes jogadores, me ajudou muito na carreira profissional e na vida pessoal, no caráter. Observei muito, aprendi muito com jogadores experientes. Foi importante, guardo com bastante carinho, lembro como se fosse hoje cada momento que vivi em 2000. Foi um ano maravilhoso para mim.

Além da conquista e das memórias, o camisa 1 guarda um ensinamento valioso, aprendido justamente naquela partida: o famoso "o jogo só acaba quando termina".

- Pude aprender bastante que, enquanto o juiz não apitar, a gente não pode desistir. Foi dessa forma que a gente conquistou aquele título no final, quando muitos achavam que o gol do São Paulo (marcado por Marcelinho Paraíba) já decretava a nossa derrota, e a equipe teve força e foco para reverter. Conseguimos uma bela virada, concretizando aquele objetivo. Isso eu carrego comigo intensamente, não deisistir jamais. Experiência te traz benefícios para que você possa focar em várias situações dentro do jogo e até antes da partida, para que você venha a se prepara melhor. Isso a gente vem fazendo ao longo da temporada. A final não vai começar na quinta, começou há muito tempo, na pré-temporada, onde você traça os objetivos. Traçar com palavras é muito simples. Tem que construir dia a dia, jogo a jogo, isso foi construído. Precisamos finalizar bem, o acabamento, para conquistar o titulo.

Mais uma semelhança

Na trajetória até a final, o Cruzeiro quase nunca foi citado como um dos favoritos para a conquista. Na semifinal, o adversário foi o Grêmio, baladado time de Renato Gaúcho e um dos principais candidatos. Mas deu Cruzeiro, assim como em 2000, quando o São Paulo abriu o placar no Mineirão e colocou "uma mão" na taça. Apesar das projeções e preferências dos palpiteiros, a confiança interna sempre foi grande, como garante Fábio.

- Fora (do clube), todos davam como o Grêmio já na final, como campeão também. Futebol não é com palavra, e sim com atitude, merecimento. A gente foi lá, fez por onde nas duas partidas, mas também durante toda a competição. É só ver a trajetória difícil que o Cruzeiro teve de adversários, viagens desde o princípio da competição. Batalhamos para buscar o título. Você chega na final que são duas grandes equipes, tem a possibilidade de sair com o título, com merecimento, por ter feito por onde durante a competição.
 

Fonte: Globo Esporte