Postado em quarta-feira, 19 de julho de 2017

Parceria com empresas privadas vira solução para desenvolvimento de pesquisas em universidade de MG

Com parcerias e abertura de laboratórios, Inatel já soma 128 novas contratações nos últimos dois anos.


A ciência vive uma crise financeira no Brasil. Com diversos cortes de verbas desde 2013, muitos projetos estão parados. Em alguns lugares, faltam até água e luz, como mostrou uma reportagem especial do Fantástico, neste domingo (16). Mas uma universidade de Minas Gerais achou na parceria com diversas empresas privadas uma maneira de não só manter o desenvolvimento de projetos, como também de criar novas oportunidades de estágio e de trabalho.

O Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), fica em Santa Rita do Sapucaí (MG), cidade conhecida como Vale da Eletrônica. A universidade conta sete cursos de graduação, sete de pós-graduação e aproximadamente 1540 alunos.

Na instituição, há áreas voltadas somente pra o desenvolvimento e implementação de novos projetos. Mas com uma visão de mercado forte, estes programas têm sido desenvolvidos principalmente por meio de parceira com grandes empresas do setor tecnológico.

"[É uma saída] onde a empresa acaba buscando a academia como um parceiro no desenvolvimento de pesquisas, de novos projetos. E isso acaba se tornando, às vezes, mais em conta. E acaba favorecendo muito, porque aquele profissional já sai com conhecimento da empresa, com conhecimento em cima da tecnologia da empresa, e o investimento em treinamento acaba sendo reduzido, porque ele já entra treinado para atuar naquela empresa", explica Bruno de Oliveira Monteiro, coordenador do Núcleo de Estágios e Serviços Profissionais do Inatel.

Laboratórios

Com isso, a universidade investe pesado nas parcerias. Segundo Monteiro, só no setor de estágios, já são 450 empresas conveniadas. Além disso, existem também as parcerias para prestação de serviços e desenvolvimento de tecnologias, que também resultam na montagem de laboratórios com equipamentos de ponta e utilizados efetivamento no mercado de trabalho.

"É diferente da parceria de prestação de serviços, da parceria de laboratórios tudo. Aonde uma empresa vem, monta um laboratório dentro da instituição e deixa à disposição dos alunos equipamentos para que eles possam utilizar. Esse é um outro tipo de parceria também", explica o coordenador.

Com a criação dos projetos, surgem também as oportunidades de emprego e de estágio. Só em 2016, foram 53 contratações, incluindo até um profissional vindo da Índia. Neste ano, já são 75 novos postos. E um novo laboratório foi ativado na última quinta-feira (13), com a abertura de 50 vagas de estágio.

Além disso, nos laboratórios de pesquisa, são realizados projetos de iniciação científica. " Então é onde ele começa a se desenvolver, a partir do momento que aquela pesquisa pode, lá na frente, ser entregue ao mercado como um serviço. Mas dentro da academia, ela entra como uma pesquisa de iniciação científica, tudo", diz Monteiro.

Formação direcionada de profissionais

Para as empresas, o ganho vem diretamente na qualidade das pesquisas e na diversidade oferecida pelos estudantes, como explica Frederico Silva, engenheiro de aplicações da Qualcomn América Latina. Há 5 anos, a multinacional tem um laboratório dentro da instituição, que conta com aproximadamente 50 funcionários, entre engenheiros formados e estagiários.

"Por que a gente fez a parceria com o Inatel, por que o Sul de Minas? Como a Qualcomn trabalha, por exemplo, com internet das coisas, com telefonia celular, com diferentes vertentes, a gente necessita de uma flexibilidade de conhecimento, de uma gama de conhecimento muito grande", diz.

A proximidade com a região tem ainda outras explicações, como os projetos desenvolvidos principalmente na área de 5G e Internet das Coisas. Além disso, a cidade tem também diversas indústrias e fábricas do setor, facilitando a produção de produtos e protótipos para entrega direta aos clientes.

"[O investimento] vai na contramão da crise por dois motivos. Um é uma razão estratégica, onde hoje a Qualcomn acredita muito no mercado brasileiro. A gente enxerga não crise, mas oportunidade, principalmente nesse universo de Internet das Coisas, um marco forte do Inatel. E a gente está crescendo junto com o Inatel justamente na parte de Internet das Coisas. Uma combinação de hardware mais software", ressalta Silva.

"E uma outra coisa que destaca da parceria com o Inatel é a capacidade deles de criarem ferramentas de desenvolvimento que têm um alto poder de ajudar a performance dos times", completa o engenheiro.

 

 

Fonte: G1 Sul de Minas



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