Postado em quinta-feira, 8 de junho de 2017

Perda da mãe motiva tenista de mesa por vaga na seleção brasileira: "Em nome dela"

Wesley Silva Rosa, de 27 anos, supera luto e busca sonho de ser convocado para o time brasileiro


Quando a mãe do mesa tenista Wesley Silva Rosa morreu, vítima de um câncer, ele tinha 19 anos e estava e já jogava tenis de mesa. No entanto, o atleta sul-mineiro, de Varginha, disputava apenas campeonatos no estado e com certo receio. Hoje após ser campeão mineiro e representar o Brasil em um torneio mundial, ele admite que a perda serviu de motivação - ainda serve - para que ele se dedicasse mais e acreditasse em seu potencial. O principal objetivo? Uma vaga na seleção brasileira.

- Em 2009, eu tive a perda da minha mãe. Ela teve câncer no pulmão. Até aí eu nunca tinha disputado muito campeonato nacional não. Eu era campeão mineiro, mas eu não acreditava muito que eu poderia ir longe. E ela falando que dava. E aí eu comecei a jogar em nome dela. Até hoje, eu jogo muito em nome da minha mãe.

Mais do que motivar, o luto teve um impacto direto no jogo de Wesley. Com a mãe na cabeça e no coração, o resultado veio nas mãos.

- Aquela fé. Até hoje, quando eu consigo lembrar dela, eu "rasgo" na mesa demais, eu quebro a bolinha.


O início no esporte
Wesley conta que sempre praticou esportes, mas o início no tenis de mesa veio aos 12 anos, quando um professor o viu jogando na escola em que estudava.

- Eu comecei jogando no Colégio Santos Anjos, aí o professou falou: "Você tem jeito. Você tem que jogar". Eu praticava basquete, futsal, mas ele foi me levando pra jogar [tênis de mesa], me incentivando muito. Até que eu disputei o primeiro torneio de federação em 2005, em Itajubá.

No primeiro campeonato, um susto com o nível dos oponentes. Mas o talento e a capacidade de se adaptar rapidamente surtiram efeito, e Wesley conseguiu a primeira medalha.

- A primeira participação foi muito boa, eu não esperava. Eu fui vice-campeão mineiro. Eu fui ver, o pessoal já começou a bater bola rápida, e eu assustei. Eu falei: "Meu Deus, o que foi isso"? Mas eu consegui ser vice-campeão e fui animando, fui incentivando, e abri mão dos outros esportes pra especializar na área.

Mesmo assim, ele conta que enfrentou muitas dificuldades no começo da carreira, principalmente na parte financeira e de estrutura de treinamento.

- Foi difícil. Porque você luta muito no Brasil para poder viver como atleta. E é difícil numa modalidade como a gente está, ser reconhecido. Mas tudo que você quiser na vida, que você se esforçar muito, você vai conseguir.


Busca pela vaga

Wesley foi o último campeão mineiro, em 2014. De lá para cá, a federação não realizou novos estaduais. Neste ano, o varginhense representou o Brasil fora do país, mas a oportunidade não foi uma vaga para a seleção em si, o que continua sendo o sonho do atleta.

- Para ser sincero, eu estou realizando meus sonhos em partes. Estou realizando, primeiro, em estar representando o país. Defendendo meu país diante de atletas de fora. Um dos meus sonhos eu já realizei em 2006, que foi ser campeão do Estado no adulto. E também eu quero ser da seleção brasileira. Meu sonho ainda é ser da seleção brasileira.

Treinando duro em uma escolinha na qual também dá aulas e prepara outros jovens jogadores, Wesley já sabe o que precisa fazer para ficar mais próximo do objetivo.

- O próximo passo é o seguinte: primeiro acreditar mais em mim, que eu posso ainda. E também agora que eu estou sendo mais reconhecido, estou junto com o clube (AVE- Associação Varginhense de Esportes) . Agora eu estou conseguindo. Tanto da confederação, com os materiais, quanto do clube.

G1 Sul de Minas



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