Postado em quinta-feira, 27 de abril de 2017 às 14:13

Cooperativas representam cerca de 7% do PIB mineiro

Responsáveis pela movimentação de R$ 38,3 bilhões em Minas Gerais, em 2015, as cooperativas vêm ganhando cada vez mais destaque no contexto de recessão econômica nacional e internacional.


Responsáveis pela movimentação de R$ 38,3 bilhões em Minas Gerais, em 2015, as cooperativas vêm ganhando cada vez mais destaque no contexto de recessão econômica nacional e internacional. Segundo dados da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Sistema Ocemg), o setor já representa 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro e contribui com mais de US$ 830 milhões para a balança comercial em exportações. “Por ser lastreado nas pessoas, nosso modelo econômico é um porto seguro ao qual se recorre nos momentos de incerteza”, afirma Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg.

Modelo de organização social e econômica criado na Inglaterra, no século XVIII, o cooperativismo tem como premissa o bem comum e se organiza a partir de valores como democracia, equidade, honestidade, transparência e responsabilidade social. No Brasil, o modelo ganhou força a partir da década de 60, e, hoje, já são mais de 6.500 agremiações, que reúnem 12 milhões de cooperados e geram 365 mil postos de trabalho.

Em Minas, as cooperativas médicas se destacam, obtendo resultados equivalentes a 17,72% da movimentação financeira do setor. O Sistema Unimed, maior plano de saúde do Estado, conta com mais de 17 mil médicos cooperados e possui carteira de quase 3 milhões de clientes, contemplando em torno de 58% do mercado. “Os idealizadores do Sistema, certamente, não imaginavam que teríamos uma organização tão pujante e vitoriosa como a Unimed, sobretudo em Minas Gerais. Em nosso Estado, o trabalho do cooperativismo é muito forte”, comemora Paulo César Rangel, diretor de Controle da Unimed Federação Minas.

O Sistema Unimed tornou-se líder de mercado e referência mundial. “Somos, hoje, a maior cooperativa de trabalho médico do mundo”, comenta Rangel.

Em parceria com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), a organização participa de encontros e eventos em diversos países do mundo, no intuito de exportar o modelo de negócio. Em março deste ano, a Unimed do Brasil, em São Paulo, foi sede de um seminário internacional sobre cooperativismo e desenvolvimento sustentável, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e que contou com representantes de 25 países, além do diretor social da ONU (Organização das Nações Unidas), Maxwell Haywood.

Origem do sucesso

Para Rangel, o principal fator que garante a ascensão do cooperativismo em saúde no Brasil é o envolvimento e dedicação dos médicos. “Os donos das cooperativas são os médicos. Isso faz toda a diferença e se reflete no atendimento aos pacientes”, explica. No modelo praticado pelas cooperativas, diferentemente das empresas mercantis, os resultados financeiros são distribuídos igualitariamente entre todos os associados, que têm equidade também na tomada de decisões.

“Os médicos mineiros, em especial, são entusiastas e apoiadores do modelo. É um trabalho coletivo, com compartilhamento de valores e foco não apenas em resultados financeiros, mas na segurança social dos cooperados e na sustentabilidade do negócio”, afirma Samuel Flam, presidente da Unimed-BH. A maior operadora do Sistema em Minas Gerais tem hoje 1,2 milhão de clientes atendidos por mais de 5.600 médicos cooperados e encerrou o ano 2016 com faturamento superior a R$ 4 bilhões.

Intercooperação para o desenvolvimento. O diálogo e a transferência de conhecimento são características comuns entre as cooperativas do Estado. Visando à melhoria contínua do setor, o Sistema Ocemg proporciona iniciativas de capacitação, monitoramento e promoção social. “O cooperativismo, como um modelo de negócio sustentável, democrático e participativo, favorece o surgimento de dirigentes engajados com o bem comum e com o desenvolvimento do país”, declara Scucato.

Qualidade e pioneirismo reconhecidos

A qualidade e o pioneirismo do cooperativismo em Minas são motivos de reconhecimento nacional. Com inscrições para a edição 2017 abertas até esta sexta-feira (28), o Prêmio Sescoop Excelência de Gestão, realizado pelo Sescoop (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), braço educacional da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), em parceria com a FNQ (Fundação Nacional de Qualidade), ressaltou, no ano passado, o trabalho realizado pela Unimed-BH e pela Unimed Circuito das Águas, situada na região Sul do Estado.

“Esse reconhecimento reflete o empenho e o trabalho destacado dessas entidades no âmbito da gestão de qualidade. São cooperativas que investem em boas práticas e dão exemplo de sustentabilidade para o país”, declara Scucato.

Com porte médio, a Unimed Circuito das Águas dispõe, hoje, de 220 cooperados, que atendem 60 mil clientes. A operadora faturou em torno de R$ 70 milhões em 2016. “A nossa cooperativa é muito bem-conceituada dentro da comunidade. Buscamos a sustentabilidade econômica e financeira, mas também social e ambiental, participando constantemente de ações de responsabilidade social. Com isso, vamos conquistando a confiança e firmando a marca”, conta Gabriel Pereira, presidente da Unimed Circuito das Águas.

O prêmio do Sescoop tem como objetivo reconhecer e também aprimorar as práticas de gestão e governança entre as cooperativas do país. “Nosso trabalho é sempre voltado para uma gestão simples e transparente, porém o acompanhamento da OCB é extremamente importante, pois eles têm uma avaliação rigorosa, que nos mostra onde estamos falhando e aponta caminhos para a excelência”, revela Pereira. Para participar do processo, as organizações devem integrar o Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC), mantido pela entidade nacional.

Faemg


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