Postado em quarta-feira, 12 de abril de 2017 às 15:03

3˚ mais votado em Alfenas será investigado após delação na Lava Jato

O deputado Dimas Fabiano (PP) é suspeito de ter recebido vantagens indevidas (Caixa 2) do Grupo Odebrecht, e será investigado no inquérito autorizado pelo STF.


Alessandro Emergente

O deputado federal Dimas Fabiano (PP) é um dos nomes que aparece na lista da Operação Lava Jato, revelada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na terça-feira. O deputado é suspeito de ter recebido vantagens indevidas (Caixa 2) do Grupo Odebrecht, e será investigado no inquérito autorizado pelo STF.

O ministro do STF, Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, determinou a abertura de inquéritos contra oito ministros do governo do presidente Michel Temer (PMDB), além de 24 senadores e 39 deputados federais.

Mais de 2 mil votos em Alfenas


Dimas Fabiano tem Alfenas entre as suas bases eleitorais. Na eleição de 2014, o deputado foi o terceiro mais votado em Alfenas com 2.352 votos. À frente dele nas urnas de Alfenas ficaram somente o ex-deputado Geraldo Thadeu (PSD), que não foi reeleito, e o deputado Reginaldo Lopes (PT). Esses dois últimos tiveram, respectivamente, 11.121 e 3.047 votos em Alfenas.

Dimas Fabiano tem relações políticas com lideranças de Alfenas. Na sessão legislativa do último dia 28 de março, por exemplo, o vereador Fábio Marques Florêncio (Fábio da Oncologia/PP), 2˚ secretário da Mesa Diretora, disse que pediria a Dimas Fabiano que votasse contrário à proposta de emenda constitucional (PEC 287) que propõe a reforma da Previdência Social. 

Suspeita

Dimas Fabiano será investigado num inquérito que apura os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. A campanha de Dimas teria sido uma das beneficiárias de um suposto esquema que envolve o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB.

A investigação autorizada pelo STF é a partir dos depoimentos dos delatores Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Sérgio Luiz Neves e Marcelo Odebrecht. Segundo o G1, os delatores relatam que, em 2014, pagaram vantagens indevidas a pretexto de campanhas eleitorais ligadas ao grupo político de Aécio Neves, incluindo vários parlamentares. Entre eles estaria Dimas Fabiano.

Esse suposto esquema teria beneficiado também as campanhas tucanas do ex-governador Antônio Anastasia para o Senado e de Pimenta da Veiga, para o Governo de Minas.

Dimas Fabiano foi o terceiro mais votado em Alfenas nas eleições de 2014. Entre os eleitos para a Câmara dos Deputados, o prlamentar do PP foi o segundo mais votado (Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados)


A investigação que envolve o deputado do Sul de Minas é uma das três que aponta políticos mineiros e estará focada em supostas vantagens indevidas repassadas para uso em campanhas eleitorais a pedido do presidente do PSDB.

Os outros dois inquéritos devem dar mais dor de cabeça a Aécio e outros investigados, revela reportagem de O Tempo na edição online desta quarta-feira. Em um deles, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vai apurar indícios de corrupção, formação de cartel e fraude a licitações na construção da Cidade Administrativa, nova sede do governo mineiro, construída na gestão de Aécio.

Um quinto pedido de inquérito se refere ao pagamento de suborno para que Aécio favorecesse interesses da Odebrecht, em conluio com a Andrade Gutierrez, nas obras das usinas do Rio Madeira, Santo Antônio e Jirau.

Além de Dimas Fabiano, Antônio Anastasia e Aécio Neves, outros dois nomes em Minas Gerais serão investigados: o ex-presidente da Codemig Oswaldo Borges da Costa Filho e o marqueteiro das campanhas de Aécio, Paulo Vasconcellos.

Os inquéritos foram abertos mediante pedido da Procuradoria Geral da República com base nas delações dos 78 executivos e ex-executivos do grupo Odebrecht.

Outro lado

Dimas Fabiano disse que jamais manteve contato com qualquer executivo da Odebrecht, não tendo sido destinatário de recursos alegadamente doados ou disponibilizados pela referida empresa. "A eventual utilização do nome do deputado por terceiros com propósitos espúrios – seja para solicitar recursos, seja para obter benefícios em delação – é prática absolutamente irresponsável e criminosa", diz a defesa do parlamentar.



DEIXE SEU COMENTÁRIO

Caracteres Restantes 500

Termos e Condições para postagens de Comentários


COMENTÁRIOS

    Os comentários são de responsabilidade exclusiva dos autores.

     
     
     
     

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Informamos ainda que atualizamos nossa

Estou de acordo