Postado em quinta-feira, 27 de outubro de 2016
às 13:04
Conheça alguns dos ingredientes ameaçados de extinção no Brasil
Os nomes soam tão diferentes quanto o gosto da maioria desses alimentos seria para o nosso paladar: araticum, jaracatiá, grumixama, cambuci, licuri.
Os nomes soam tão diferentes quanto o gosto da maioria desses alimentos seria para o nosso paladar: araticum, jaracatiá, grumixama, cambuci, licuri.
Mas apesar da estranheza inicial, esses ingredientes são tipicamente brasileiros. E correm risco: são parte de um catálogo mundial de alimentos que correm o risco de extinção.
Somente no Brasil, a lista - chamada de "Arca do Gosto" - tem mais de cem espécies. A relação é elaborada de forma colaborativa pela organização Slow Food, criada em 1989 para prevenir o desaparecimento de culturas e tradições gastronômicas em várias partes do mundo.
Para que um produto entre na lista dos "ameaçados" há alguns critérios básicos, como as qualidades gastronômicas especiais, a ligação com a geográfica local, produção artesanal, ênfase na sustentabilidade e risco de extinção.
Além dos menos conhecidos, há produtos bem populares da mesa dos brasileiros, como a jabuticaba, o queijo da Canastra e o pinhão.
Para o biólogo Gleen Makuta, do do Slow Food Brasil, o desaparecimento gradual desses ingredientes se deve à padronização da alimentação. "Cerca de 90% da dieta do mundo todo está pautada em vinte ingredientes, sendo os três maiores milho, arroz e batata. Então são alimentos que estão muito difundidos, são produzidos em escala massiva e isso faz com que outros ingredientes percam o valor econômico e não consigam acessar o mercado", afirma.
"Isso faz com que todo o conhecimento atrelado a esses ingredientes vá se perdendo. É uma extinção tanto biológica como cultural." Apesar do risco de desaparecimento, todos os ingredientes da lista ainda se encontram vivos, com potencial produtivo e comercial. Mas poucos chegam à mesa dos brasileiros.
FAEMG
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